Estávamos na primeira gestão do médico Quilon Peixoto Farias (PSDB) como prefeito municipal de Icó (1977-1982). Era o seu último ano como gestor do Palácio da Alforria.
Hora de se chegar a um consenso em busca de seu sucessor. Diferentemente da sua segunda gestão (1993-1996), Quilon conseguiu eleger o seu candidato prefeitural, numa disputa tranquila, sem muitos problemas a enfrentar durante àquele pleito municipal.
Mas, o que poucos cidadãos icoenses sabem, especialmente, a nova geração, é que houve uma pequena disputa nos bastidores para vê quem, de fato e de direito, seria alçado a condição de candidato a prefeito do município de Icó com o apoio total e irrestrito do então prefeito Quilon Peixoto Farias.
Pois é!
Os conterrâneos já falecidos Aldo Monteiro e Eduardo Peixoto travaram uma disputa interna em busca de serem candidatos a prefeito municipal de nossa terra. Naquela ocasião, o que prevaleceu foi a democracia. Não foi uma disputa "empurrada com a barriga". Venceu quem obteve internamente o maior número de votos, bem ao estilo das "prévias" até hoje realizadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em seus diversos diretórios espalhados pelo Brasil inteiro.
Dessa disputa venceu o advogado Aldo Monteiro, pertencente a família de grande tradição em Icó. A família Monteiro já havia governado o município através de seu pai, Walfrido Monteiro Sobrinho, e através de seu irmão, José Walfrido Monteiro, ambos in memorian. O último, inclusive, foi deputado estadual também. Em seguida viria se tornar deputado estadual mais um de seus irmãos. Nos referimos a Tarcísio Monteiro.
A eleição municipal, porém, foi tranquila do ponto de vista eleitoral. Aldo teve o apoio do seu antecessor em todos os momentos. O seu vice-prefeito Chico Nunes, ex-vereador do município por vários mandatos, agregou em muito a chapa vencedora. Coincidência ou não, nas duas sucessões do médico Quilon Peixoto Farias, o seu candidato foi justamente o advogado Aldo Marcozzi Monteiro (seu secretário de Educação na primeira gestão). Na primeira, se deu bem. Já na segunda, com pouco apoio oficial, o que se viu foi a derrota esmagadora para o ex-prefeito Neto Nunes (PMDB), hoje deputado estadual, com quase dois mil votos de diferença.
Nesse sentido, o grande cidadão Eduardo Peixoto ou, simplesmente e carinhosamente chamado, Padim, não logrou êxito na sua luta interna para conseguir ser prefeito de Icó. E a sua mulher, a matriarca Lourdes Peixoto, viu o seu sonho de ser primeira-dama do município ir por água abaixo, como um dia foi duas de suas melhores amigas, Ciana Farias e Gonçalinha Mororó (até hoje quando visita Icó se hospeda em sua residência na Avenida Ilídio Sampaio).
Trocando em miúdos, Lourdes Peixoto não foi primeira-dama de Icó, mas até os dias atuais tem vida politicamente ativa no município. Antes, já havia sido delegada de Educação (atualmente o cargo se chama Coordenador(a) Regional de Desenvolvimento da Educação/17ª Crede), diretora administrativa do Colégio Senhor do Bonfim e uma passagem pequena na direção da extinta Escola Recanto da Criança. Sem contar os outros compromissos assumidos, como a Presidência do Lions Clube e alguns eventos católicos. Sempre foi ouvida politicamente, inclusive, na hora de se "lotear" cargos nas várias gestões municipais em que teve acesso. O seu filho caçula, Daniel Peixoto, é o atual secretário de Saúde.
É bom lembrar que, no momento da escolha do nome de Aldo Monteiro para suceder Quilon Peixoto Farias, no fim do ano de 1982, o nosso avô materno, ex-comerciante e ex-vereador Raimundo Roberto de Alencar (in memorian), esteve presente no auditório do Centro Social Urbano (CSU) onde acontecia a reunião e foi um dos que apoiou internamente a candidatura da chapa vencedora, que depois viria a ser eleita, ficando no cargo até 1988. Era um cidadão respeitado e atuante na política icoense, inclusive, sendo "fiador" de muitos candidatos naquela época. Por este motivo, foi um dos consultados a cerca do assunto.
E o restante todos já sabem. Até hoje, Aldo Monteiro é considerado, por muitos, como o "melhor prefeito que o Icó já teve" (mas isso é assunto para outra história do "Tiradas do Baú").
>>> Aguarde: Na próxima segunda-feira (29), veja aqui no "Tiradas do Baú", como se dava a nomeação para cargos públicos, especialmente, para trabalhar na rede estadual de ensino. Saiba quem detinha o poder dessas nomeações em Icó. É hilário! Garantimos que não era como hoje através de concurso público ou pela capacidade técnica do profissional (e nem poderia ser). Ou seja: Quem votava no candidato A em detrimento do candidato B tinha o seu "contrato" assinado imediatamente. Não perca!