O Casamento indiano: A Submissão X Rejeição
Por Thaffarell Silva (foto)
Desde a exibição da novela Caminho das Índias, de autoria de Glória Perez, que venho querendo escrever um texto o qual falasse sobre a cultura indiana, suas cores, suas belezas, suas crenças, seus rituais, e sobre o casamento principalmente. É sempre prazeroso fazer um texto que retrate a vida de outro mundo, o oposto do nosso. É um novo olhar cultural, é um exercício mental.
Para as mulheres do Ocidente, não é fácil manter uma vida de liberdade, onde elas podem dar opiniões sobre um determinado assunto, que decidissem o futuro da família ou de um negócio o qual rendesse frutos positivos e financeiros. Não! De maneira alguma! As indianas não têm nenhum poder para solucionar tal assunto. Seus maridos, os poderosos é quem, de fato, podem manter o total controle sobre sua família.
Os casamentos são arranjados pelas famílias que tem uma casta bem elevada, ou seja, a que tem lucros em um negócio, por exemplo, em comercialização. Nenhum membro da família podem se envolver com pessoas inferiores as suas castas. Além disso, as indianas só podem pronunciar o nome do marido no dia do casamento e jamais poderá chamar sua sogra pelo nome. É normal que a esposa vá morar com o marido, junto com os sogros, agüentando os caprichos da sogra, que humilha sem ter pena! Sem contar que, diferentemente da cultura brasileira, os idosos são imensamente respeitados, ou seja, lá os mais velhos são os mais sábios, que sabem muito sobre a vida, de muitas experiências. Já aqui no Brasil...
No caso da indiana que fica viúva, para honrar a memória do marido, jamais deve se relacionar com outro homem. Deve permanecer sozinha pra sempre, mesmo que o marido tenha sido um carrasco em vida. Para a sociedade, ela tem que dar bom exemplo de uma mulher ideal e devotada. Porém, grande parte das viúvas, ainda nos dias de hoje, perdem o seu prestígio dentro da sociedade hindu, passando por dificuldades. Elas têm duas escolhas: ou ficam morando na casa da sogra como trastes velhos, ou na "casa das viúvas", mendigando às margens do Rio Ganges. É impressionante e intrigante a vida das mulheres da Índia. São mulheres, assim, como as brasileiras, que buscam pela liberdade, e muitas vezes, o fim é trágico!
# Currículo: Thaffarell Silva, novelista. Escreve novelas há 8 anos e, muito recentemente, teve sua novela "Páginas Criminosas", encaminhada para o SBT pela jornalista Ian Gomes, repórter da TV Jangadeiro. Já atuou como monitor de teatro numa escola do município de Caucaia e está trabalhando numa escola de Fortaleza. É autor da peça teatral "Dois Disfarces em uma Armadilha", apresentou na Escola Eliézer de Freitas Guimarães, onde estudou. Completamente apaixonado por telenovelas brasileiras, tenta retratar em suas histórias a realidade nua e crua, em forma de fantasia. Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do novelista Thaffarell Silva, veja o blog dele: http://chancesdapaixao.blogspot.com/ O seu artigo é sempre publicado nas terças-feiras aqui nesse espaço.
