segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Blog "Flagrando-me disperso", do icoense Pedro Lucca, repercute matéria de nosso Blog

ARTIGO - Exercício nº 2 de visão espacial*

Vendo o rendimento dos leitores com o primeiro exercício. Vamos aqui passar a segunda questão da prova de Visão Espacial. É simples, basta ver um espaço vazio e colocar a imaginação pra funcionar. Pronto, pra ser mais claro, vou fazer uma breve explicação pra quem perdeu a primeira questão.

É como aqueles exercícios do maternal e do jardim de infância que a Tia Eusébia entregava um papel em branco, alguns lápis de cor, revistas para recortes, massinha de modelar, tinta guache, e a gente tinha que colocar nossas ideias no papel e explicar pra Tia o que havíamos produzido. Eu lembrando do o quanto tinha valor um pedaço de papel em branco.

Depois, a Tia servia o lanche ou a gente abríamos nossas lancheiras e comia em roda todo mundo sentado, a quem gostava de trocar os biscoitos recheados:

- A minha é de morango!! Quer trocar por uma de Chocolate?! hiieheihe! Bom demais!!”

Agradeço hoje a todas as Tias do Brasil. Nossas primeiras professoras. Minha mãe e meu pai devem muito a elas. Já pensou se não tivesse aquele maternal, o jardim de infância?! Acho que era o momento sossego dos meus pais.

Minha mãe ia poder arrumar a casa mais sossegada e meu pai ia trabalhar pra ganhar o pão. E lá na creche ou na escola era só alegria e vida boa. Enquanto nossos pais trabalhava, nós íamos brincando e aprendendo as primeiras lições de disciplinamento e coletividade. E assim, desde de cedo a gente ia aprendendo a ser cidadãos. Um salve ao CSU que foi minha primeira Creche!!

Vixihh me empolguei. Oh!! Lembrança Boa!! Rsrsrsr.
Bem, voltando ao Exercício. Perceberam que é bem simples. Ao invés de um papel em branco vou te dá essa imagem a seguir, um terreno qualquer:


Vazio Urbano Público Ilustrativo (Blog do Voltaire)

E no lugar dos lápis, das tintas, das massinhas, das figurinhas, você vai utilizar sua capacidade natural de criar uma forma e uma situação mentalmente. Até porque se fosse fisicamente, isso requereria um investimento. E você não teria, por exemplo, nesse momento, o valor de R$ 700.000,00 pra participar desse exercício. Né?!

Então, seguindo. Veja a figura acima e imagine, no terreno baldio fotografado, um edifício institucional. Não!! O tamanho não fica a seu critério. Tem que ser grande mesmo, pois supomos que investiríamos em sua execução 700 mil reais.

Para ajudá-lo, vou permitir que faça uma comparação com a imagem abaixo, para que tenha uma noção de proporção de investimento na Construção Civil. A segunda imagem representa um terreno em construção cuja obra está orçada em 425 mil reais:


Ex-Vazio Urbano Público suspeitamente doado pela Prefeitura Municipal de Icó (Icó É Notícia)

Bom, daí dá-se pra se tirar, mais ou menos, a proporção do nosso Edifício em construção mental. Construído o edifício, vamos criar também, ficticiosamente, situações que seriam: ele em atividade e seus impactos para o entorno. Tudo bem?!

Agora, vamos captar nossos resultados. Eu vou expor minha resolução do Exercício:

O meu rendimento ao resolvê-lo foi o seguinte:

Imaginei uma instituição consideravelmente extensa, com salas de aulas, salas de jogos, sala de música, berçário, biblioteca, cantina, pátio, playground, quadra poliesportiva, com capacidade para atender um grande número de crianças.

Sendo no mínimo assim:

“Para creche há uma definição geral de que ela é uma instituição especializada, onde a família deixa seus filhos de 0 a 6 anos, em regime de semi-internato, levando e trazendo-os para casa todos os dias. As creches e pré-escolas existentes no país constituíram-se de forma muito diversa ao logo de sua história, caracterizando-se por uma variedade de atendimento.

Há creches funcionando em período integral entre 8 e 12 horas por dia, que atendem o ano todo sem interrupção. Outras fecham para férias. Há creches de meio período, há as que funcionam 24 horas por dia e há pré-escolas funcionando de 3 a 4 horas.

O espaço na instituição infantil deve propiciar condições para que crianças possam usufruí-lo em beneficio de seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas.

O projetista de ambientes escolares pode ser visto como um elemento em posição favorável de resolver problemas dos acontecimentos do dia a dia, através de sua experiência e conhecimento e da sua neutralidade (STIEN, 1997). Na área externa, há que se criar espaços lúdicos que sejam alternativos e permitam que as crianças corram, balancem, desça e escalem ambientes diferenciados, pendurem-se, escorreguem, joguem bola, brinquem com água e areia, encondam-se, etc (MEC, 1998).

Sem um conhecimento da área seria um pouco complicado para atender tantas necessidades, mas pra isso que serve a figura do Arquiteto, projetar, satisfazendo o programa de necessidades.

Mas surpreende até um profissional da área, quando se trata de um projeto desenhado e não executado, ficando a forma mais perfeita do objeto na mente do que projetou a instituição, imaginando o benefício que ela poderia proporcionar a tantas crianças, a tantas famílias.

É vergonhoso!! Sumiram com toda estrutura de muitas crianças, de muitos pais, de muitas tias e tios que poderiam trabalhar ali, como roubar um só doce de uma só criança. Isso é um atentado a inocência desses cidadãos em formação.

Enquanto eles gozam o dinheiro, fica o Projeto Menino Jesus se esforçando para arrecadar o mínimo para manter nossas crianças fora das ruas e seus pais despreocupados.

...Vergonha!

* Pedro Lucca (foto) é icoense como nós, é estudante de Arquitetura e Urbanismo (UFC), é músico, é compositor e é autor do Blog "Flagrando-me disperso"