domingo, 16 de outubro de 2011

Artigo do Editor!

Por Voltaire Xavier
Jornalista

Prestes a completar 169 anos de emancipação política e de história, além de ter mais de 60.000 mil habitantes, a saúde no município de Icó (CE) ainda sofre consequências da má administração de nossos homens públicos.

Todo mundo diz: "A saúde está mal no Brasil inteiro". E é verdade mesmo! Mas, as nossas administrações municipais podem e devem fazer a lição de casa para garantir, ao menos, o básico para a nossa população.

É inadmíssivel e, ao mesmo tempo, revoltante, saber que o Hospital Regional de Icó (HRI) não tem um aparelho de tomografia, o chamado tomógrafo.

Chega ao conhecimento do Blog, por um leitor deste canto de página e que reside atualmente em São Paulo, mas é natural de Icó, de que seu pai foi internado nesta unidade de saúde, dirigida pelo médico Gildivan Oliveira, para se submeter a uma cirurgia de reconstrução de trânsito/colostómica. Se recuperou e no dia 27 de setembro passado voltou para a reconstrução. Deram alta para ele, o enfermo [vamos preservar o seu nome aqui] passou uma semana em casa e depois voltou para o Hospital Regional com infecção hospitalar, complicando a sua situação. Um absurdo!

A sua família está indignada pelo fato do médico ter pedido uma tomografia e o hospital não tem sequer um tomógrafo. E o que é pior: não possui um local de referência para a realização deste pelo SUS - Sistema Único de Saúde. Os pacientes é quem deve pagar particularmente. Outro absurdo!

Vale frisar que "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação" (Constituição Federal de 1988, artigo 196).

Já um dos filhos do paciente enviou um email para a Ouvidoria da Secretaria de Saúde do Estado e outro para o Ministério da Saúde, com a seguinte pergunta: "De quem é a responsabilidade? Do Governo Federal, Estadual ou do Município?". Já nesta segunda-feira (17), o cidadão promete enviar um email também para a Rádio Brasil FM explicando a trágica situação em que se encontra o seu pai.

Isso tudo é uma vergonha para um município como o Icó. Quando criticamos a atuação do secretário de Saúde, Daniel Peixoto, é porque realmente nós temos razão [inclusive já pedimos aqui a sua demissão]. É o pior secretário municipal da gestão Marcos Nunes (PMDB). Não temos dúvidas quanto a isso. Com tanto profissional competente nesta terra, a pasta mais problemática foi cair logo nas mãos de uma pessoa despreparada para a função e sem sensibilidade com a coisa pública. Assim não dar mesmo!

É igualmente uma vergonha ler as normas do Ministério da Saúde e ver lá que se o SUS não tem maquinário, o órgão deve enviar o paciente para outra localidade ou uma particular e arcar com os custos. E não deixar a população pagar. Aí vem os questionamentos: "Para onde está indo o dinheiro da saúde pública de Icó?". O povo quer saber e nós estamos de olho.

Voltaremos a este assunto!