Antes de ler o artigo, assista a este vídeo:
http://www.youtube.com/watch?
Desde quando o mundo é mundo que preconceitos existem. Os vitimados são os mais diversos: a mulher, o negro, o pobre, o gordinho, o careca, o homossexual. Este último é um dos que mais sofre com o preconceito, pois além da ignorância dos que não os aceitam, também choca-se de frente com conceituações religiosas.
A história do preconceito homossexual (homofobia) é longa e trágica. Passa por perseguições e condenações no passado distante e recente. Há pouco tempo passou pela a AIDS que no começo era a conhecida doença do homossexual. A luta foi grande até se provar que homossexualidade não é doença e nem pecado, se bem que o pecado e "sem-vergonhice" ainda são discutido para tal "anomalia" como dizem uns e outros.. Hoje são vários os ataques, feridos e mortos. Onde isso vai parar?
Fico abismado, pois é um absurdo vê que ainda existem, nos tempos de hoje, homofóbicos como o do vídeo acima. Pessoas já morreram por isso! São lâmpadas quebradas no rosto, surras de deixar estirado no chão aos gemidos, violência simplesmente pela não aceitação do outro. Particularidades que não deveriam incomodar terceiros. Particularidades "particulares" que só dizem respeito a si, a amigos, à família e ninguém mais. E às vezes nem à família!
Atualmente tem ficado mais aceito por algumas mídias a aceitação homossexual, mas por outras, não gosto nem de imaginar... O seriado norteamericano "Glee" está de parabéns, pois trabalha esta questão de modo simples: mostra o outro lado do homossexual que também é humano. A temática na série foi uma conseqüência do grande número de jovens que apelam para o suicídio em decorrência de bulling que para o homossexual ainda é em excesso, quando na verdade não deveria existir.
Os verdadeiros humoristas também têm uma parcela de culpa nessa história. Nunca na TV foi mostrado um homossexual humano, ético, que sirva de exemplo e adoração por parte das camadas sociais. A visão coletada da TV pelos telespectadores é a de que o homossexual é "a bichinha extravasada que serve para fazer graça". Humor que reforça o preconceito. Mas paremos para pensar e nos questionar até que ponto isso é positivo? Nenhum!
Há até humoristas que defendem seus discursos homofóbicos dizendo que com esse tipo de humor querem atrair o homossexual para seus programas e piadas. Humpf! Creio que devemos repensar sobre o que realmente estamos rindo! Devemos repensar que os estereótipos mostrados mundo a fora não são exemplos de realidade.
Novelas mostram o gay como o psicopata ou o amigo fofoqueiro ou pior ainda... que existe cura para essa "doença". Famílias são bombardeadas por explosões de modelos a seguir, modelos estes que reforçam o preconceito e fazem famílias reproduzirem machismo e intolerância. Jovens gays são presos a si mesmo, dentro de suas próprias casas, pois nela não têm apoio dos pais que são manipulados pela indústria da massificação que aliena e conduz ao modo deles.
Entende-se em parte o preconceito quando a discussão é com pessoas de outras gerações que tiveram outras culturas e experiências e "não conseguem" de nenhum jeito mudar suas cabeças. Mas jovens, pessoas desta nossa geração, isso é imperdoável! Já bastam as perseguições religiosas e políticos com mentalidades ultrapassadas que reprimem o direito à vida com liberdade! Não é, queridíssimo deputado?
No ônibus passageiros chamam o motorista de "viado" por ele tomar atitudes irresponsáveis. Palavrão para 'esculhambar'. Palavrões que remontam raiva contra o destinado, mas que no fundo expressa a pura ignorância reforçando o quanto hipócrita o ser humano é. As pessoas não conseguem entender que sexualidade não julga caráter?
Só sei de uma coisa: o mundo pode não ser bom o suficiente, mas enquanto só reclamarmos e lamentarmos não iremos mudá-lo. É preciso tomar atitudes!
# Currículo: Rogério Maia é estudante do 6º semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará (FIC). Concludente do curso Princípios Básicos de Teatro, do Theatro José de Alencar. Apreciador de música, teatro, dança, circo, artesanato e outras artes em geral. Amante da escrita e da leitura, fascinado em escrever crônicas e contos trágicos com pitadas apimentadas de surpresa e romance. É ainda assessor-estagiário da Secretaria Executiva Regional III, da Prefeitura Municipal de Fortaleza. O seu artigo é publicado sempre nas sextas-feiras.