quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A única voz da oposição na AL

Ultimamente, temos assistido pela TV Assembleia (canal 30) várias discussões polêmicas na Assembleia Legislativa do Ceará. A mais recente diz respeito a rejeição do requerimento do deputado Heitor Férrer (PDT), que visava coletar do governo, informações acerca de uma viagem do governador Cid Gomes (PSB) à Europa, no período em que esteve de férias, em um jato de propriedade do empresário Alexandre Grendene, dono da Grendene e que tem negócios com o Estado.
O requerimento foi desaprovado, tendo somente um voto a favor, justamente de seu proponente. Até aí tudo bem. Vivemos numa democracia.
O que não é inconcebível é o presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, vir a público afirmar que o deputado estadual Heitor Férrer, seu correligionário, "está extrapolando todos os limites, quando insiste em bater na mesma tecla." Ora, bolas!
O deputado André Figueiredo ainda não entendeu que o raro quadro político que o seu partido tem é o deputado Heitor Férrer. Quando ele fala, todo mundo pára para escutá-lo. Ele é um das raras vozes que ainda consegue ser oposição sendo responsável e transparente. Deixá-lo sem voz, é cometer um suícidio político. O parlamentar estadual lembra-nos muito bem o homem que, por muito tempo, foi o grande líder do PDT chamado Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Um político sério e que fez história no Brasil.
Mesmo ficando sozinho neste caso, inclusive sem o apoio dos outros três parlamentares de sua legenda (Ferreira Aragão, Patrícia Saboya e Delegado Cavalcante), acreditamos no trabalho do deputado Heitor Férrer por conhecermos desde os tempos em que foi vereador de Fortaleza e que era um opositor responsável dos abusos e desmandos de poder do ex-prefeito Juraci Magalhães, já falecido.
Parafraseando o próprio deputado André Figueiredo, "acho que o parlamentar federal deveria se preocupar com coisas mais importantes", como fazer crescer o seu partido no Ceará, que, infelizmente, não passa de uma secretaria extensiva do governo. E deixar os seus parlamentares a vontade para legislarem conforme suas convicções políticas. Isso, sim, deveria ser feito pelo atual presidente estadual do PDT, que um dia nosso pai fez parte, como muitos em Icó, dentre os quais, Fabrício Moreira, Hermano Limeira e Marcos Barreto. E hoje está entregue ao vereador Evandro Juvino. Meu Deus!