terça-feira, 24 de agosto de 2010

Abaixo a compra de votos e o abuso do poder econômico

Num período de quatro anos, um deputado estadual cearense ganha em torno de 650 mil reais entre salários e verbas de gabinete. Isso no total geral. Até aí tudo bem. Ele é um servidor público pago pelo povo. Mas em época de eleição, este mesmo deputado gasta milhões e milhões de verba pública para se auto-beneficiar. Com o que recebe como parlamentar, não daria para quitar suas dívidas de campanha. E você, caro leitor, sabe de onde vem todo este dinheiro? Pois bem!
Existe uma grande diferença entre o deputado estadual que conquista o mandato e o deputado estadual que compra o mandato. Neste último caso, é bem típico de um político bastante conhecido do povo de Icó.
Alguns ex-prefeitos de municípios do Ceará estão fazendo campanhas milionárias. É inconcebível uma campanha eleitoral dessa natureza, onde poucos podem gastar e muitos ficam disputando desigualmente. O Ministério Público e os tribunais devem sim fazer uma fiscalização eficiente, levando em conta o que é improbidade administrativa e o que é uma simples actenia.
É igualmente inaceitável um candidato a deputado estadual passar quatro anos na Assembleia Legislativa sem ao menos pisar os pés num pequeno município. E hoje posam de "Salvador da Pátria", rindo da cara do povo, sobretudo, dos mais humildes e sem escolaridade alguma. Isso é um absurdo!
Tem candidatos nestas eleições 2010 que contratou cerca de dez, quinze carros de som. Cada um custando por mês R$ 1.300,00 ou 1.500,00, o aluguel, durante os meses de campanha política. Enquanto tem deputados que estão tentando a reeleição, com um carro de som somente. Tanta desigualdade num país desigual. É de nos deixar indignados.
Mas a culpa de tudo isso é de nossos congressistas, tanto da Câmara Federal, como do Senado da República. Eles deixaram a oportunidade de aprovar a tão falada Reforma Política, que viria para moralizar as eleições no Brasil, viria para sabermos a quem interessa o financiamento de certas candidaturas. É lamentável.
Ao que tudo indica, a Lei da Ficha Limpa, uma reivindicação que conta com o grande apoio popular, não vai ter efeito algum. O que vemos são candidatos "fichas sujas" mantendo as suas postulações. É muito revoltante! Fazer política é mudar e transformar um País, um Estado ou um município para melhor e de forma coletiva. Ou se restaura a moralidade ou a sociedade estará em ruínas. Já dizia Aristóteles: "O homem é um ser político". Mas para que levemos este ensinamento para a nossa vida, precisamos dar um basta aos maus políticos, aos compradores de votos e aos políticos que não tem profissão definida e se locupletam e se enriquecem ilicitamente, como assistimos com a tão famigerada política de Icó.
A partir do momento que um eleitor "vende" o seu voto, ele está fadado a prejudicar a sua comunidade. Cada voto comprado é, no futuro, um posto de saúde a menos, uma escola de qualidade a menos ou o saneamento básico de sua cidade que deixa de existir. Quando acontece a compra de voto, o eleitor ou a eleitora estará diante de um criminoso e de um comprador de consciência. O eleitor não é mercadoria.
O certificado mais patente é o que ocorreu em 2006. Cerca de três cidades da Região Vale do Salgado deram voto a um candidato. Hoje, este mesmo candidato não possui voto nestas cidades. O que ele fez em 2006 foi comprar o "curral eleitoral". E depois não voltou mais nesses lugares. Resultado: O dinheiro só serviu para comprar os votos. E os benefícios para estes municípios e para este povo para onde foram? Certamente para pagar a montanha de dinheiro gasto na eleição.
Reflita! Diga não aos compradores de votos. Voto não tem preço, tem consequência! Pense nisso!