segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"Tiradas do Baú"

Desde quando me conheço por gente que ouço comentários do tipo: "A única indústria do Icó é a Prefeitura Municipal".

Entra prefeito, sai prefeito e a coisa continua do mesmo jeito. Com isso, sofre o jovem a procura de seu primeiro emprego e, acima de tudo, sofre a população de Icó, que muitas vezes tem que deixar o município e ir para os grandes centros urbanos em busca de sua sobrevivência.

É verdade que o "trabalho dignifica o homem". Infelizmente, o povo de Icó não tem perspectivas nenhuma em áreas como emprego e renda. A nossa maior riqueza, que é o nosso valioso patrimônio histórico e arquitetônico, não recebe o tratamento especial, especialmente, da Secretaria de Cultura e Turismo.

Hoje, a grande maioria da população icoense depende, única e exclusivamente, dos empregos diretos e indiretos da Prefeitura Municipal de Icó. Em épocas de eleições, como a que ocorre neste ano, propostas para industrializar o município sempre aparecem. É só qualquer prefeito assumir, que as prioridades se invertem. 

Quem não se lembra da proposta acerca do Conjunto Industrial do Gama, a ser construído por esta administração municipal e que foi motivo de muita discussão na eleição de 2008, há quatro anos atrás? Pois é!

A proposta existiu e até hoje o empreendimento não foi concretizado. Enquanto isso, há muito tempo, que a nossa população se humilha perante o gestor de plantão. Basta assumir um novo governo para os "contratados" darem adeus ao Palácio da Alforria, voltando a categoria de desempregados, o que é uma lástima.

Afinal, o prefeito tem os "seus" e, para tanto, quer trabalhar ao lado de seus correligionários, amigos e aliados. A política é e sempre foi assim, em qualquer das três esferas governamentais (federal, estadual e municipal).

Para que isso não prevaleça mais, a partir de janeiro de 2013, o próximo prefeito de Icó, seja o da oposição ou o da situação, precisa elaborar um grande plano de desenvolvimento para a cidade. A área de emprego e renda deve ser prioridade, assim como é a educação e a saúde.

Uma verdadeira revolução deve acontecer em terras icoenses. As Secretarias Municipais devem trabalhar interligadas. Ação Social com o dever de qualificar a população profissionalmente (para isso existem "n" projetos), a educação oferecendo ensino de qualidade (por que não realizar um curso pré-vestibular municipal?), a cultura incentivando o que temos de mais valioso (turismo religioso entra aqui também) e a juventude tendo políticas públicas inovadoras. Por que cada candidato majoritário não assina o Pacto da Juventude proposto pelo governo federal? (São nove diretrizes básicas para a área).

Então, é isso aí! Temos que desafogar a PMI, incentivando empresários a industrializar o Icó, oferecendo incentivos fiscais e dando emprego para quem precisa. Governo sério pensa em todas as vertentes e não em meia dúzia de pessoas que sugam o poder público em busca de vantagens e benesses das mais diversas. 

A época do empreguismo e do clientelismo político não existe mais. As "gonzaguetas" são do tempo do ex-governador Gonzaga Mota e os "contratos assinados" são do tempo do ex-governador Virgílio Távora. Hoje, estamos no tempo dos concursos públicos, onde prevalece a capacidade técnica do candidato. 

Para isso, a industrialização seria muito bem-vinda. Iguatu e Jaguaribe estão há anos a frente de Icó porque pensaram no desenvolvimento econômico. Mas enquanto estivermos enraizados ao nosso passado glorioso, o Icó não decola, nem no trem e muito menos no avião.

Pense nisso!