segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Serra sai da toca e já monta estratégias em Minas, SP e Rio


Em menos de sete dias, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), trocou o silêncio de sua candidatura presidencial por movimentos claros. Não apenas balizou o tom de sua campanha - ao avisar que deixaria para o PSDB a tarefa de criticar o governo federal, dedicando-se a apontar caminhos para o futuro -, caso seja eleito. Em uma sequência de conversas, conseguiu deflagrar a montagem de palanques de apoio nos três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio. Juntos, os três Estados representam 54,9 milhões de eleitores (41,6%) do eleitorado nacional e que podem dar a Serra a margem de votos necessária para consolidar sua liderança apontada pelas pesquisas de intenção de voto contra a candidatura governista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).


Minas

Em Minas, Serra tem pela primeira vez a garantia política de apoio irrestrito do governador Aécio Neves (PSDB). Fora da disputa pela candidatura presidencial, Aécio conversou com o governador de São Paulo e com outros integrantes da cúpula tucana. Sua grande conquista para a campanha em Minas, na prática, é o término do comportamento dúbio do governador. Nos últimos sete anos, Aécio sempre manteve ótimo relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT mineiro.


Rio de Janeiro

No Rio, tem sido feita a negociação mais complexa de todas. Serra não tem nenhum aliado que possa assumir o papel de candidato natural com chances de vitória sobre o governador Sérgio Cabral (PMDB). Por conta disso, passou a negociar uma ampla coligação reunindo PSDB, DEM, PPS e PV em torno da candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV). A ideia é que seja montado um palanque duplo, onde os dois candidatos possam usar Gabeira para alavancar suas candidaturas no Estado.


São Paulo

Em São Paulo, a costura acabou se tornando mais tranquila. Com Serra definido como candidato, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), líder de todas as pesquisas, passa a ser o candidato natural à sucessão paulista. Assim, o tucanato avalia que os fatores necessários para imprimir consistência à candidatura Serra estão se consolidando.