O debate eleitoral esquentou ontem com um bate-boca entre PT e PSDB: enquanto os tucanos chamaram a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva, de mentirosa e dissimulada, o comando do PT acusou os tucanos de não apresentarem propostas para o País e decidiu que não irá poupar o governador de São Paulo, José Serra, enquanto ele não se assume oficialmente pré-candidato ao Palácio do Planalto. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), divulgou ontem duas notas em resposta à ministra, que, na véspera, acusou tucanos de pretenderem acabar com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). "Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método", diz a nota, referindo-se ao episódio do ano passado em que a ministra foi obrigada a reconhecer que não concluiu os cursos de mestrado e doutorado em Ciências Econômicas na Unicamp.
Longe das baixarias
Em entrevista, Serra manteve a estratégia de se preservar do tiroteio eleitoral, mas subiu um pouco o tom ao dizer, sem mencionar Dilma, que não comentaria "baixarias". "O que estou fazendo é me concentrar no meu trabalho de governador, para jovens, idosos, para o desenvolvimento do Estado. Não vou entrar em nenhum bate-boca eleitoral, pré-eleitoral, de baixaria. Não há a menor possibilidade", afirmou. A Imprensa apurou que a investida de Dilma foi uma tentativa do PT de frustrar a estratégia de Serra, de usar a cúpula do PSDB para atacar Dilma e o governo Lula enquanto, em público, mantém o discurso de que não é candidato. Como antídoto, o PT espera trazer os tucanos e o governador paulista para um debate que compare as gestões de Lula e de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "O PSDB demonstra que está descontrolado para a legítima disputa de projetos que ocorrerá neste ano de 2010``, diz trecho da nota assinada pelo presidente nacional da sigla, Ricardo Berzoini.