segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Maioria da imprensa icoense não faz o seu papel de fiscalizar os atos de governo

Uma das funções da Imprensa é fiscalizar os atos do poder público, exigindo transparência nas ações de governo. Infelizmente, em Icó, o que vemos é a imprensa e seus profissionais, com raríssimas excessões, é claro, serem "comprados" pela atual administração da Prefeitura Municipal.
A Icó FM há muito tempo vêm perdendo espaço. A Papagaio FM é um rolo compressor da Prefeitura. A única emissora de rádio que no momento está cumprindo as sua funções de bem informar a população é a Brasil FM. É a líder absoluta em todos os quadrantes do município, principalmente com o Programa Rubens Brasil, transmitido diariamente entre o horário do almoço e 15 horas. É neste programa que a população têm tido uma voz marcante, sempre fazendo suas reclamações, críticas, sugestões. A divergência de opinião é sempre levada a sério.
Hoje, a Imprensa icoense está calada. O prefeito Marcos Nunes (PMDB) soube direitinho e aos poucos calar umas das instituições mais importantes da sociedade mundial, que é a imprensa. Inchou a Papagaio FM, contratando e tirando profissionais de outras emissoras e que tinham voz marcante contra os abusos e o desmando de poder das últimas administrações públicas de Icó. O que não vem ao caso divulgar os nomes.
Em relação ao Jornal Folha do Salgado, que um dia eu tiver a grata satisfação de ser um de seus colunistas, vem mantendo a sua linha. Sempre leio este semanário via on line e, mais uma vez, o que notamos é a sua total dependência da Prefeitura. Não é de hoje que o jornal perdeu a sua linha de independência e imparcialidade. Entra governo e sai governo, o Folha do Salgado está lá para ser um verdadeiro "release" (sugestão de pauta enviada pelos órgãos públicos ou privados e até mesmo pessoas físicas) para a Imprensa. A Imprensa acata se quiser. Em todas as suas páginas, a Prefeitura sempre tem um lugar de destaque. Enquanto os problemas da cidade não são mostrados à população. Afinal, todo veículo de comunicação necessita dos órgãos públicos para sobreviverem. É a chamada verba publicitária. Até aí entendemos. Mas ser omissos em tudo e concordar em tudo com a Prefeitura, não é bom para a instituição chamada Imprensa e nem para a cidade.
Na última edição de número 208, o jornal trouxe uma entrevista com o prefeito Marcos Nunes, onde ele em uma das perguntas diz: "a nossa gestão é transparente". Então, nesse caso, ele deveria começar a ser transparente divulgando os gastos que o Palácio da Alforria têm com o jornal Folha do Salgado e com as emissoras de rádio (ou só a Papagaio FM têm esse privilégio?).
Se nem o site do município é atualizado diariamente, o que esperar de uma gestão que se diz transparente e que na realidade nunca foi? É a pergunta que não quer calar.