Na fase anterior às eleições estaduais de 1998, a Coluna Política do Jornal O Povo produziu vários textos apontando a falta de quadros no PSDB do Ceará. A análise dizia que Tasso Jereissati era como uma frondosa mangueira cuja imensa sombra não permitia que nada vicejasse debaixo dela. A prova de que a análise era correta está na conjuntura de hoje: o PSDB não possui um nome para lançar candidato a governador que não seja o próprio Tasso. A sigla passou quase duas décadas dirigindo os destinos do Ceará, mas não soube se renovar. Deixou-se envelhecer e reproduziu a velha sina comum a quase todas as siglas que fizeram a história recente do Ceará: sem a sombra do poder, míngua. É verdade que o partido possui a maior bancada estadual. Também é verdade que a sigla lidera a lista de prefeituras. Porém, isso só foi possível porque o partido, esfacelado e derrotado nas eleições de 2006, correu para os braços do governismo em busca da sombra a que se acostumara. Pode-se afirmar com um bom grau de certeza que, se a articulação política de Cid Gomes tivesse agido, teria sugado para outros partidos de preferência parte desses tucanos com mandato. Mas, para que serviria isso se o PSDB estava disponível para apoiar a gestão cidista? Hoje, o quadro é o seguinte (sempre a preços de hoje, não esqueçam): Tasso será candidato ao Senado e não há um só nome no partido capaz de rivalizar com a candidatura à reeleição do governador Cid.
* Texto publicado na Coluna Política do Jornal O Povo pelo jornalista Fábio Campos