O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante a primeira reunião ministerial do ano, que sua decisão de lançar o PAC 2, nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento, tem como objetivo garantir recursos para que o seu sucessor mantenha o programa em andamento. Apesar de o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), ter afirmado que a oposição vai extinguir o programa se ganhar a disputa pelo Palácio do Planalto, Lula pretende reservar recursos do Orçamento de 2011 e o Plano Plurianual de Investimentos para o PAC 2. "A decisão do presidente de anunciar e garantir o PAC 2 para o Brasil é para que a gente mantenha o ciclo do crescimento do país. Ele quer que seu sucessor assuma o governo com orçamento garantido e projetos já prontos, definidos. Não quer que o sucessor encontre a situação que ele encontrou quando assumiu em 2003``, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, logo após a reunião, referindo-se ao primeiro ano de governo do PT. Segundo o ministro, Lula disse que pretende ter a proposta final do PAC 2 elaborada até o final de março. As prioridades serão novas ações em setores como habitação, tratamento de esgoto e acesso a água, mas também a inclusão de projetos que já foram mencionados na primeira versão do PAC. Padilha afirmou ainda que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, responsável pela gestão do PAC, disse que a ``grande prioridade`` do programa serão investimentos em bairros de baixa renda, palafitas e atingidos por enchentes. "Não serão projetos separados, mas integrados, envolvendo tratamento de esgoto, acesso a água, habitação. E, como novidade, a inclusão de equipamentos públicos sociais nesses projetos, nesses bairros. Também estão previstos mais investimentos em usinas de etanol, ação de apoio às usinas que funcionam com etanol, e também investimentos para garantir acesso à banda larga para a população brasileira``, explicou o ministro.
Gestão
Padilha disse também que, depois de a ministra Dilma deixar o governo para se tornar candidata do PT ao Palácio do Planalto, o grupo interministerial responsável pelo programa vai manter a sua continuidade -sem deixar claro quem será o novo ministro responsável pelas ações do PAC 2. "Ele (Lula) disse que quer manter aquelas pessoas que possam dar continuidade à máquina. Existe um grupo do PAC (GPAC) nos ministérios da Casa Civil, Planejamento e Fazenda que coordenam o PAC hoje. Não foi discutida de quem será a condução do PAC 2``, afirmou.