terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Posição de tucanos leva mais indefinição à oposição a Cid


Após os tucanos descartarem a candidatura do senador Tasso Jereissati (PSDB) ao Governo do Estado, ao mesmo tempo em que sinalizam prioridade para o apoio ao governador Cid Gomes (PSB) e minimizam as chances de aliança com o PR, aumenta a indefinição sobre as estratégias da oposição à reeleição de Cid. A reunião atingiu diretamente ao prefeito de Maracanaú, pré-candidato ao governo, Roberto Pessoa (PR), único nome de oposição a Cid, até então. Na última quinta-feira, as bancadas estadual e federal do PSDB estiveram reunidas pela primeira vez no ano. Pessoa aguardava uma resposta dos tucanos, mas o apoio a sua candidatura não foi tratada no encontro. O prefeito de Maracanaú ainda tenta conquistar o apoio do PSDB. Roberto Pessoa minimiza a situação de indefinição. Ele acredita que tudo ainda encontra no patamar da ``especulação`` e estende para 4 de abril o dia das ``grandes decisões`` para as eleições de 2010. A data é o prazo limite para o afastamento daqueles que ocupam cargos públicos e desejam disputar o pleito. ``Dia 4 de abril vamos saber se o José Serra (PSDB) vai ou não deixar o Governo de São Paulo, se o Roberto Pessoa vai ou não deixar prefeitura de Maracanaú``, projetou. Questionado se existia possibilidade, então, de ele permanecer na Prefeitura, Pessoa reafirmou sua candidatura e ponderou que sua fala era apenas um exemplo. Ele disse que fontes tucanas lhe revelaram que o PSDB estava dividido em três vertentes equilibradas. Uma delas seria o apoio ao seu nome. ``Tenho 14% nas pesquisas. Com a saída de Tasso, sou o segundo lugar nas pesquisas``. Marco Penaforte, presidente estadual dos tucanos, não descarta o apoio a Roberto Pessoa. Reforça, no entanto, ser a opção mais remota do PSDB. Mesmo com a desistência de Tasso, Penaforte diz que a candidatura do senador é a única alternativa para unificar o partido. Ele insiste na candidatura do maior cacique dos tucanos no Ceará. ``Todos concordam com essa posição. Há uma máquina disposta a entrar em campo e fazer campanha``. Em segundo lugar, cogita-se candidatura própria com outro nome. O apoio a Pessoa fica em terceiro plano. Mas Penaforte não descarta também a possibilidade de apoiar Cid Gomes. A prioridade, segundo o presidente, é nacional. ``Se houver alguma possibilidade de Cid oferecer apoio ao Serra, seremos o primeiro a apoiá-lo``, comenta. Segundo o presidente, a bancada estadual e federal do partido hoje está dividida em três blocos: ``Um terço quer candidatura própria, um terço quer mais tempo para pensar e um terço está sofrendo de ansiedade aguda para gozar do amplexo governamental``, conclui Penaforte. De certo, o prefeito de Maracanaú conta apenas com o apoio do PPS. De acordo com Jaime Cavalcante, secretário geral do PPS, a aliança está garantida. O problema, também, é o palanque nacional. O PR faz parte da base do presidente Lula. O PPS, nacionalmente, fechou aliança com o PSDB. Jaime acredita que a tendência é o PPS fazer campanha para o candidato do PSDB à Presidência, e o PR fazer campanha à candidatura da situação. ``Não existe mais verticalização``, justifica. Mas tanto Pessoa quanto Jaime tem uma certeza: a prioridade é a candidatura local.