segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"Tiradas do Baú"

Tudo indica que o Icó é a única cidade do mundo que realiza tradicionalmente a sua festa de reveillon no dia 01 de janeiro de cada ano, ao invés do dia 31 de dezembro, como acontece em vários municípios.
 
Esta tradição em terras icoenses vem de muito longe, quando a Igreja Católica não autorizava nenhum tipo de festa dançante em praça pública no dia 31 de dezembro, em virtude da realização da Festa do Senhor do Bonfim, ocorrida anualmente entre dezembro e janeiro de cada ano.
 
Antes, o reveillon de Icó era conhecido no Ceará inteiro. Hoje, transformou-se numa mera apresentação de forró elitizado, regado a música que em seu repertório somente fala de mulher - ou rapariga - sexo - ou coisa que o vaila.
 
Neste ano de 2013, o reveillon icoense trouxe como principal atração a Banda Forró Real. Sempre é realizado no Cabana Clube, uma entidade que deveria ser social, mas que atualmente sofre com algumas intervenções de ordem estrutural e administrativa.
 
É este clube que tem na sua história grandes momentos, com realizações de brilhantes festas, tertúlias e solenidades envolvendo a sociedade local, entre jantares, coquetéis, casamentos e aniversários. Que o diga os seus ex-presidentes.
 
Foi no Cabana Clube que os meus pais, hoje com 35 anos de casamento, se uniram em laços matrimoniais, realizando neste ambiente uma bonita festa de casamento, até hoje lembrada através de fotografias clicadas na época.
 
Hoje, foi-se o tempo em que o Cabana Clube realizava grandes festas. Foi-se o tempo que o reveillon icoense era realizado em grande estilo e com toda pompa. Infelizmente, como tudo em Icó se resume a passado, o seu reveillon também está esquecido, precisando ser regastado. Fica aí a dica para os atuais gestores culturais municipais.
 
Lembre-se: reveillon que se preze é realizado no dia 31 de dezembro, último dia do ano. E não no dia 01 de janeiro, Dia da Confraternização Universal. Nesse sentido, evitaria o prefeito de decretar feriado no dia 02 de janeiro.