segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"Tiradas do Baú"

Em setembro de 2008 estávamos numa efervescente disputa eleitoral municipal.
 
Era aquele ano do entra e sai de prefeitos. Era o ano em que o médico Cardoso Mota (PSB) estava mergulhado em diversas denúncias de corrupção. Mas também era o ano em que o agora prefeito diplomado Jaime Júnior (DEM) mostrou serviço e hoje pode olhar para frente e dizer: "eu fui eleito e diplomado prefeito desta terra com a força da maioria do povo icoense".
 
Naquele mês de setembro, já no final, a ordem era quitar todo o pagamento do funcionalismo público municipal, uma determinação do então prefeito interino Jaime Júnior.
 
Mas, infelizmente, veio a Justiça e retornou ao cargo o prefeito afastado Cardoso Mota, naquele fatídico dia 01 de outubro de 2008, dois dias antes da eleição municipal daquele ano. Resultado: Jaime Júnior deixou o poder, mas deixou todas as folhas de pagemento prontas para serem pagas, um procedimento normal na administração pública.
 
Cardoso Mota, numa atitude errônea, não pagou o funcionalismo, preferindo quitar compromissos com os seus aliados. Resultado II: quem trabalhou durante todo o mês de setembro não recebeu seus vencimentos, enquanto quem não trabalhou acabou recebendo aquele salário no lugar daquele colaborador que trabalhou durante um mês inteiro.
 
Explicando melhor: um funcionário da Secretaria de Educação, com cargo comissionado, trabalhou durante todo o mês de setembro, com nome em folha, mas quem acabou recebendo foi aquele aliado do prefeito afastado Cardoso Mota, sem ao menos ter trabalhado um único dia. São coisas da politicagem barata de Icó.
 
Agora, em 2012, estas mesmas pessoas que se beneficiaram a custa do suor de alguns, estão sofrendo a mesma consequência, com o dinheiro da Prefeitura Municipal de Icó bloqueado por força da Justiça local, dinheiro este para pagar o 13º salário, que deveria ter sido pago no dia 20 passado, como também, a verba do próximo dia 30 para a PMI quitar o mês de dezembro do funcionalismo público.
 
Caso contrário, se não houver o pagamento, restará o próximo governo municipal assumir o comando da PMI para, a partir daí, estudar o caso e procurar resolver este imblóglio administrativo da melhor maneira possível.
 
Ah, diga-se de passagem, tudo isso só ocorre devido a falta de transparência da atual gestão, que prefere priorizar outras ações em detrimento do funcionalismo público.
 
Para mim, dinheiro de funcionários é sagrado. Portanto, quem se sentir prejudicado procure os seus direitos.
 
E outra: se o dinheiro foi bloqueado já é um bom sinal, a grana está guardada no banco sob forte vigília judicial. Mais cedo ou mais tarde, os funcionários receberão os seus vencimentos trabalhados. É melhor do que este dinheirão todo ir parar no ralo da corrupção, no apagar das luzes de uma administração falida e apodrecida.