segunda-feira, 26 de março de 2012

"O senhor já combinou percentual com ele? Sim, mas pode ser iene (moeda japonesa)? Quer iene?"


Há dois domingos seguidos que o programa "Fantástico", da Rede Globo, vem exibindo uma série de reportagens sobre corrupção envolvendo empresários e o poder público. São "rios de dinheiro" desviado em favor de alguns poucos brasileiros.

É impressionante a forma como é feita a corrupção no Brasil. Infelizmente, as nossas leis ainda são falhas. Quando deveria ter seriedade em processos licitatórios, o que vemos são falcatruas e mais falcatruas. O que deveria ser uma concorrência pública, onde todos pudessem participar democraticamente, o que vemos é alguns poucos sendo beneficiados. É a lei da troca, tão presente no nosso sistema capitalista e no nosso jeito de se fazer política.

Contudo, as reportagens retratadas no Fantástico e que abalaram a sociedade brasileira, infelizmente, é tão comum no Brasil, que não nos surpreende. O que a maior revista eletrônica do País reportou é, tão somente, a realidade dos fatos e o que acontece em várias de nossas cidades, até mesmo naquelas consideradas de pequeno porte.

Este episódio nacional, vale salientar, se confunde com o que foi denunciado pelo deputado estadual Neto Nunes (PMDB), ex-prefeito de Icó (CE), contra o vereador Ítalo da Paz (DEM). O parlamentar cearense afirma que o edil icoense praticou "extorsão", ao propor a empresa MS Fortaleza, o seu "silêncio" em votações na Câmara Municipal envolvendo licitações, em troca de oito mil reais. O que foi imediatamente retrucado pelo acusado na Rádio Icó FM, a última colocada em audiência na terrinha.

Garante o deputado Neto Nunes que tem todas as provas cabais. Já para Ítalo da Paz só resta defender o seu mandato de vereador o mais rapidamente possível, se não quiser passar toda a campanha política deste ano atrás dessa denúncia. O que seria um imenso prejuízo eleitoral.

Enfim, coincidência ou não, o fato de Icó é muito parecido com o que o Fantástico retratou nestas duas últimas semanas. E, mesmo defendendo a presunção de inocência sempre, até que se prove o contrário, o que não podemos comungar é com o desvio de recursos públicos, de quem quer que seja. Afinal de contas, o que está em jogo é o nosso e o seu dinheiro (revestido em políticas públicas através dos impostos que pagamos).

Faça valer o cumprimento dos princípios da administração pública abaixo relacionados:

Legalidade,
Impessoalidade,
Finalidade,
Moralidade e
Publicidade

Quando a administração pública se afasta desses comandos, pratica atos ilegais, produzindo, por consequência, atos nulos e respondendo por sanções por ela impostas (poder disciplinar).