quarta-feira, 2 de maio de 2012

O que a oposição icoense anda tramando?

A situação política do prefeito de Icó, Marcos Nunes (PMDB), é tão cômoda que estremece os seus opositores. Se a eleição fosse hoje, o alcaíde icoense estaria reeleito e governaria o município por mais quatro longos anos. É o que diz alguns políticos e politiqueiros de plantão da Terra dos Icós.

Conta a seu favor o fato de ter ao seu lado, quatro ex-prefeitos (Oriel Nunes, o seu pai; Quilon Peixoto Farias, Neto Nunes, o seu irmão, e Cardoso Mota). Tem um aliado forte na Assembleia Legislativa do Ceará, justamente o seu irmão, conhecido na região inteira como um excelente articulador político. Hoje, comanda a segunda secretaria do parlamento estadual. E, a união pelo o Icó feita em 2008, só foi possível graças a este poder de persuasão do deputado Neto Nunes. Ele é o grande responsável por unir em um mesmo grupo os seus ex-desafetos políticos. E detalhe: sete dos atuais dez vereadores pertencem a base de sustentação do atual governo municipal.

Outro fator determinante do atual prefeito icoense é o fato de ter a caneta na mão e toda a máquina administrativa da Prefeitura Municipal. Tem inaugurado obras importantes, como a sede da Secretaria Municipal de Saúde, tem realizado mudanças em seu secretariado visando melhorar a sua administração e quase todo fim de semana está numa comunidade dentro do projeto "Prefeitura na minha comunidade", o que tem gerado descontentamento por parte de setores da já combalida oposição.

E assim caminha o início da campanha eleitoral em Icó. Marcos Nunes rumando para uma nova vitória, sem grandes empecilhos. E a oposição, comandada por Jaime Júnior (DEM) e Rubens Brasil (PR), sem ter sequer apresentado o nome de seus possíveis candidatos a vice-prefeito em suas respectivas chapas.

E o tempo passando para a alegria dos correligionários que hoje gritam palavras de ordem em favor do atual prefeito de Icó. 

O que é verdade, também, é que tem candidato em Icó sem realizar planejamento nenhum. Só com discursos vazios é difícil chegar lá. É hora de chamar a população visando discutir os problemas e as dificuldades do município. Candidato sem ter plano de governo está fadado ao esquecimento nos tempos de maior esclarecimento por parte do povo, mesmo aqueles que residem nos mais distantes rincões de Icó. Realmente, sem organização e infraestrutura partidária não dar mesmo. 

Enquanto isso, a situação vai se beneficiando com a falta de organização e de planejamento por parte da oposição. Coloca o seu carro de som nas ruas e alardeia para todo mundo escutar porque ainda é o melhor projeto político para Icó. 

Se não bastasse tudo isso, o fato é que hoje o prefeito disputa a sua própria reeleição. Em 2008, ele apenas foi apoiado pelo prefeito de então, que era o médico Cardoso Mota, então no PSDB e atualmente no PSB, o partido do governador Cid Gomes. Mesmo assim, obteve a vitória e foi para o abraço. Agora, é diferente. Está no poder e toda decisão sua como gestor irá de encontro ao processo eleitoral em que também é postulante natural. 

Não podemos sermos hipócritas ao ponto de não avaliarmos a eleição icoense em 2012 sob o ponto de vista dessa ótica acima exposto. O fato é que de um lado temos um candidato buscando a reeleição (não é transferência de votos). Perdeu alguns aliados, mas ganhou outros do mesmo porte. Tem a máquina administrativa a eu favor e está bem servido eleitoralmente. E quer palanque melhor do que o Forricó 2012? Esta é a realidade! Já do outro lado temos dois prováveis candidatos, com muita coisa a preparar em tão pouco espaço de tempo. A luta é árdua, mas em nome de Icó com certeza vale a pena.

E atenção, ok? O grande eleitorado em Icó está na zona rural. Na cidade, vamos dizer assim, tem um voto mais esclarecido, classe média, um voto de opinião. Não um rincão definido ou curral eleitoral, como queira. É aqui que mora o perigo. Rende politicamente e muito. 

Sem mais delongas, o que falta a oposição icoense é fazer críticas a algumas políticas equivocadas do atual governo municipal. Nesse sentido, fazemos a seguinte pergunta: "E se você estivesse no Executivo, você não acha que, pelo fato de ter cobrado tanto, não vai dificultar a sua performance como executor?" Claro que não. Por quê? Porque você, para se candidatar, tem de ter um programa exequível. Justamente o que o grupo oposicionista de Icó não tem, o que é uma lástima. E outra: o que não pode é você fazer estelionato político. Prometer o que não pode cumprir.

O Icó clama por planos de governos consistentes e que realmente atendam os interesses da coletividade. Pense nisso!