quarta-feira, 27 de julho de 2011

Neto Nunes é o deputado que mais gastou com "verba de gabinete" no último mês do semestre legislativo. Veja!

A verba de gabinete tem natureza indenizatória e, portanto, não se incorpora ao limite do subsídio destinado constitucionalmente como retribuição pelo exercício de cargo ou função eletiva.

Assim, deve ela ser paga a vereadores, deputados (estaduais e federais) e senadores, que tiverem gastos com seus gabinetes e devem ser suportados pelos recursos orçamentários ordinários do Município, do Estado ou da Nação, a título de indenização e mediante a devida prestação de contas.

A verba indenizatória de gabinete serve para o vereador, deputado ou senador custear a remuneração da assessoria parlamentar, conjunto de pessoas que ajudam nos seus trabalhos, garantindo a qualidade do exercício do mandato, e também as despesas decorrentes da atividade (material de escritório, por exemplo). A verba é para o exercício de suas atividades parlamentares e não pelo exercício, pois pelo serviço do parlamentar, a retribuição é o subsídio mensal de cada um.

A responsabilidade pelo processo legislativo é muito grande, exige muito estudo, pois por meio dele, o parlamentar estabelece normas que influenciarão na vida de toda a sociedade. E não é só legislar, tem ele o dever de fiscalizar a administração pública, portanto, deve o vereador, deputado ou senador estar bem assessorado para cumprir com suas obrigações.

Assim, a verba indenizatória de gabinete tem sua fundamentação em norma constitucional.

Pois bem!

Depois de toda esta explicação, queremos informar aos ilustres leitores desse Blog, que o deputado estadual icoense Neto Nunes (PMDB), ex-prefeito de Icó (CE) e atual segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará, foi o parlamentar cearense que mais gastou com verba de gabinete, segundo publicou o conceituado jornal Diário do Nordeste, de grande circulação, inclusive nacional, na sua edição da última terça-feira (26). Foram mais de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais).

O que questionamos é o alto valor gasto pelo deputado Neto Nunes em detrimento de seus colegas parlamentares. É muito dinheiro para pouca produção legislativa.

O certo é que o parlamentar icoense possui advogados que recebem um bom montante para defender seus interesses, mas peca por omissão quando o assunto é atuação parlamentar. Falta transparência e uma melhor capacidade legislativa. Com quase cinco anos como deputado, Neto Nunes ainda não conseguiu apresentar um resultado melhor e acima da crítica. Basta ver seus projetos. Parece mais um coadjuvante, desaparecendo na frente de colegas como Heitor Férrer (PDT), Fernando Hugo (PSDB), Wellington Landim (PSB), Antônio Carlos (PT) e Carlomano Marques (PMDB), por exemplo, respaldados por uma excelente assessoria e com resultados expressivos para mostrar aos seus seguidores, não somente seus eleitores.

Se a verba de gabinete é para ser usada com seus funcionários e o mesmo foi o campeão entre seus colegas, acreditamos que este recurso público está mal empregado, tendo em vista que o parlamentar é muito mal assessorado. Sequer possui um site ou um "jornalzinho" para divulgar suas atividades. Se tivessem estas ferramentas, nada mais justo, do que elas serem pagas com a tão falada verba. Gastar muito dinheiro com locação de veículos (uma das maiores despesas do parlamentar, segundo o Diário do Nordeste) é a gota d'água. Onde vamos parar?

Ah, detalhe! O restante não gasto serve como saldo para os próximos meses.

# Só lembrando: "A verba de ‘Auxílio Gabinete' é uma fonte de custeio de despesas do Gabinete que [...] não é entregue ao agente político como remuneração, mas como objeto de movimentação orçamentária pelo ordenador da despesa que prestará, ao término do prazo estabelecido, contas da destinação dada à verba, com a comprovação dos gastos feitos." (Tribunal de Contas do Estado - TCE).