Por Ricardo Alcântara *
"A candidatura ao senado de Eunício Oliveira, embora já definida desde 2006 – tempo suficiente para se firmar – ainda tem como pré-condição para seu êxito a eliminação de qualquer possibilidade de disputa. É 100% ‘cartório’.
Quando manobra no sentido de retirar o petista José Pimentel do páreo, Eunício comete dois erros: evidencia sua maior fragilidade – a ausência de base popular – e chama para si a furiosa rejeição do eleitorado petista.
Eunício tem quase tudo: tem dinheiro, o apoio do governador, chefia um grande partido e integra a base de um governo popular. Mesmo assim, sua candidatura depende de muitos, e muito pouco de si mesma, para vencer.
A ele, que quase tudo tem, falta o essencial a quem pretende concorrer a um cargo majoritário: como o conceito matemático de ‘conjunto vazio’, falta a Eunício – e, infelizmente para ele, isso não se compra – um perfil político.
O perfil de um político se forma na percepção dos eleitores como conjunto de atributos subjetivos, adquiridos no transcurso da vida pública a partir do que se diz e faz – um soma de ideias, atos e modos forma seu estilo.
O perfil de um político é algo simples: trata-se daquilo que o eleitor é capaz de afirmar a seu respeito em duas ou três frases. Tasso Jereissati, seu concorrente mais forte, o tem de sobra. O cearense sabe na ponta da língua.
Quanto a José Pimentel, embora menos conhecido, o fator ‘militância’ o consolidará: foi o homem que criou o serviço de aposentadoria em trinta minutos. É pouco? Tem essa: é o ‘senador do Lula’. Pronto: perfil é isso.
Eunício Oliveira, por sua vez, o que ele é? Esta pergunta tem sido feita nas ruas pelas pesquisas que o candidato contrata. E são os resultados delas que o levam a tentar, a custos eleitorais elevados, tirar adversários da disputa.
Eis aí a nova Democracia, mais recente contribuição política do Ceará para o país: aos eleitores é garantido o irrestrito direito ao voto. O que ele não pode mais é escolher os candidatos."
VAMOS NÓS: Pelo desenrolar da carruagem, a situação do deputado Eunício Oliveira é muito complicada. A sua eleição para o Senado Federal está ameaçada. Primeiro porque temos o senador Tasso Jereissati (PSDB) tentando a reeleição. E no Interior ele é considerado quase imbatível. Segundo porque o ex-ministro José Pimentel (PT) tem uma grande aceitação e tem uma militância fortíssima, principalmente na capital onde o PT praticamente domina as bases. Fortaleza historicamente é uma cidade petista. E terceiro porque a senadora Patrícia Saboya (PDT) também poderá ser candidata a reeleição. É carismática e tem trabalho prestado ao povo cearense. São quatro políticos de peso, mas na minha modéstia opinião, Eunício é o que tem menos chances. O negócio é o governador acalmar os petistas, garantir a vaga de Pimentel ao Senado e acomodar Eunício como seu companheiro de chapa. Caso contrário, o Ceará poderá perder o parlamentar Eunício Lopes de Oliveira por quatro anos. (Por Voltaire Xavier).
* Ricardo Alcântara é publicitário em Fortaleza.
Quando manobra no sentido de retirar o petista José Pimentel do páreo, Eunício comete dois erros: evidencia sua maior fragilidade – a ausência de base popular – e chama para si a furiosa rejeição do eleitorado petista.
Eunício tem quase tudo: tem dinheiro, o apoio do governador, chefia um grande partido e integra a base de um governo popular. Mesmo assim, sua candidatura depende de muitos, e muito pouco de si mesma, para vencer.
A ele, que quase tudo tem, falta o essencial a quem pretende concorrer a um cargo majoritário: como o conceito matemático de ‘conjunto vazio’, falta a Eunício – e, infelizmente para ele, isso não se compra – um perfil político.
O perfil de um político se forma na percepção dos eleitores como conjunto de atributos subjetivos, adquiridos no transcurso da vida pública a partir do que se diz e faz – um soma de ideias, atos e modos forma seu estilo.
O perfil de um político é algo simples: trata-se daquilo que o eleitor é capaz de afirmar a seu respeito em duas ou três frases. Tasso Jereissati, seu concorrente mais forte, o tem de sobra. O cearense sabe na ponta da língua.
Quanto a José Pimentel, embora menos conhecido, o fator ‘militância’ o consolidará: foi o homem que criou o serviço de aposentadoria em trinta minutos. É pouco? Tem essa: é o ‘senador do Lula’. Pronto: perfil é isso.
Eunício Oliveira, por sua vez, o que ele é? Esta pergunta tem sido feita nas ruas pelas pesquisas que o candidato contrata. E são os resultados delas que o levam a tentar, a custos eleitorais elevados, tirar adversários da disputa.
Eis aí a nova Democracia, mais recente contribuição política do Ceará para o país: aos eleitores é garantido o irrestrito direito ao voto. O que ele não pode mais é escolher os candidatos."
VAMOS NÓS: Pelo desenrolar da carruagem, a situação do deputado Eunício Oliveira é muito complicada. A sua eleição para o Senado Federal está ameaçada. Primeiro porque temos o senador Tasso Jereissati (PSDB) tentando a reeleição. E no Interior ele é considerado quase imbatível. Segundo porque o ex-ministro José Pimentel (PT) tem uma grande aceitação e tem uma militância fortíssima, principalmente na capital onde o PT praticamente domina as bases. Fortaleza historicamente é uma cidade petista. E terceiro porque a senadora Patrícia Saboya (PDT) também poderá ser candidata a reeleição. É carismática e tem trabalho prestado ao povo cearense. São quatro políticos de peso, mas na minha modéstia opinião, Eunício é o que tem menos chances. O negócio é o governador acalmar os petistas, garantir a vaga de Pimentel ao Senado e acomodar Eunício como seu companheiro de chapa. Caso contrário, o Ceará poderá perder o parlamentar Eunício Lopes de Oliveira por quatro anos. (Por Voltaire Xavier).
* Ricardo Alcântara é publicitário em Fortaleza.