terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cid promete "portas abertas" para aliados no ano que vem


Apesar de sua reticência quando o assunto é a eleição de 2010, o governador Cid Gomes (PSB) afirmou ontem não pretender "abandonar" os parceiros da aliança que o levou ao poder em 2006. "Eu não sou de abandonar parceiros, nunca fui. Desejo sempre agregar, somar parceiros. Abandonar os de primeira caminhada jamais - pelo meu gosto, jamais", disse Cid, em entrevista exibida no Jogo Político, na TV O POVO. O governador reafirmou a posição de não querer dar declarações sobre a sucessão - o que, diz, pretende fazer apenas a partir de abril do ano que vem, quando as negociações em nível nacional já estariam mais definidas -, mas manteve também sua política de alianças amplas. Cid foi eleito com apoio de nove partidos - PSB, PT, PCdoB, PMDB, PRB, PP, PHS, PMN e PV - e, após o pleito, angariou novos apoios a seu governo, entre eles o do PSDB, partido com a maior bancada na Assembleia Legislativa e arquirrival do PT. O governador foi cauteloso ao falar das dificuldades das grandes alianças construídas em nome da governabilidade - tema fortemente atacado nos últimos tempos por seu irmão e pré-candidato à presidência, Ciro Gomes (PSB), que critica a aliança do governo Lula (PT) com o PMDB -, partido que compõe a base do próprio governo Cid. Para o governador, fazer concessões em nome da governabilidade ``pode parecer uma coisa estranha, mas tem sido prática no Brasil``. ``Muitos presidentes anteriores diziam - não sei se diziam publicamente -, mas de forma mais reservada (diziam): Se não houver essa pactuação com alguns segmentos não muito republicanos do País acaba-se perdendo o poder total``, disse. Ele não se posicionou especificamente quanto às críticas endereçadas por seu irmão ao PMDB, mas separou as situações de cada esfera governamental, afirmando que ``quem dá o rumo de uma hegemonia é quem está no comando do partido``. Cid disse ceder menos "coisas consideráveis" que o presidente, mas relevou a comparação, afirmando que "o cenário nacional é sempre muito mais complicado". "O poder (em nível federal) é muito mais amplo e em consequência disso muito mais difícil de ter um controle central mais forte. Você acaba tendo de ceder em algumas áreas em nome da governabilidade", afirmou o governador.