Ao misturar críticas à segurança pública ao aluguel de um avião para uso do governador, o deputado Adahil Barreto (PR) protagonizou ontem um episódio de um embate ``um contra todos`` na Assembleia Legislativa. Isolado, o deputado foi alvo de um forte contra-ataque da base aliada, que colocou em questão suas posições políticas como líder do governo Lúcio Alcântara (ex-PSDB, hoje PR). Adahil criticou a falta de condições de trabalho na delegacia do Bom Jardim, que sofreria com falta de estrutura física e de pessoal para atender a grande demanda do bairro. Para ele, o Governo precisa ``sair da mídia`` e fazer o que a sociedade espera em termos de segurança. Com esses argumentos, ele apontou o que seria uma ``inversão absoluta`` de prioridades da gestão estadual e afirmou que é ``inadmissível para um estado pobre como o Ceará`` que se gaste cerca de R$ 300 mil, de acordo com sua estimativa, com aluguel de um jatinho. Edson Silva (PSB) defendeu as ações do atual governo e questionou a coerência de Adahil, que, disse, teria se ``calado`` frente à ``vergonha`` que, para ele, foi a gestão Lúcio na segurança pública. Edson Silva e Osmar Baquit (PSDB) criticaram a atuação de Adahil, contrapondo-o a Heitor Férrer (PDT), que elogiaram como opositor. Baquit aproveitou para alfinetar Adahil afirmando que ele ``pegou muita carona`` no avião do então governador, Lúcio Alcântara, quando foi líder do governo. Welington Landim (PSB) afirmou que ``sempre`` usou-se jato para transporte de governadores. ``O governador vai andar de teco-teco?``, questionou. Os deputados Roberto Cláudio (PSB) e Guaracy Aguiar (PRB) também somaram-se na defesa da necessidade de o governador utilizar um jato para locomover-se, por questões de rapidez e segurança.
Solidário
O único apoio que o Adahil recebeu foi de Vasques Landim, que recentemente trocou o PSDB pelo PR. Sem fazer coro às críticas, Vasques disse que ``não pode se impor a ditadura da consciência`` na Assembleia. No entanto, assim como defendeu a atuação de seu correligionário e a importância do papel da oposição, o deputado também disse entender a posição de quem está na base aliada e defende o governo. Heitor Férrer, único outro nome a adotar uma posição de oposição declarada ao governo Cid Gomes, não se envolveu no bate-boca, apenas cedendo seu tempo de fala para Adahil voltar à tribuna. Ocasião que aproveitou para afirmar ser coerente em suas posições e desafiar Baquit a comprovar as supostas viagens no avião do então governador.
