segunda-feira, 18 de abril de 2011

Icó, a cidade desencantada


Não são arranha-céus nas avenidas, ruas - não raro esburacadas - trânsito caótico, calçadas, bem ou mal cuidadas, periferia, clima quente e chuvas eventuais que fazem uma cidade. Não são os seus quilômetros quadrados de área que definem seu território.

A cidade é um ente vivo, não uma delimitação geográfica. O Icó real está no cotidiano de quem trabalha, ama, se diverte. A cidade come, bebe, pratica esportes, encontra amigos, faz sexo, lê jornal, navega na Internet.

Ano após ano, o aspecto humano nunca teve destaque no poder público municipal de Icó. Um exemplo disso é a falta de políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda. Infelizmente, não possuímos sequer uma indústria no município. A Prefeitura não trabalha para gerar trabalho para o povo.

Enquanto isso, o comércio local não progride e fica na mesma mesmice de sempre, vendendo seus produtos de acordo com o pagamento salarial dos professores e dos aposentados. Hoje, em Icó, só temos dois grandes bancos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), uma agência dos Correios, onde se pode ter os serviços do Bradesco, e uma filial da CDL, que precisa de mais incentivo para trabalhar em nome dos lojistas. A ideia da sede própria é fantástica. E é um grande passo.

Icó necessita urgente de indústrias. Território nós temos. Basta a Prefeitura oferecer incentivos fiscais aos empresários e correr atrás dos empreendimentos.

O nosso povo é trabalhador e quer emprego. A juventude necessita de mais oportunidades, tanto na educação, na cultura e no lazer. O que interessa é a pluralidade, a diferença, as contradições. Uma cidade e um povo vivem disso. Icó tem um povo cujas raízes interioranas estão bem vivas. Por que não explorar a comemoração da Festa do Senhor do Bonfim o ano todo? Por que não fazer dessa festa igual como acontece em Juazeiro do Norte e Canindé?

Temos que deixar de negar que somos preconceituosos e enxergar preconceito nos demais. Não podemos, apesar do sol e do clima, passar a maior parte do tempo livre em casa, vendo televisão, ouvindo música ou dormindo. O povo precisa de emprego.

Nunca vi sequer uma ação concreta do setor de Desenvolvimento Econômico, vinculado a Secretaria de Cultura e Turismo. Para que um órgão se não temos resultados positivos? Precisamos de ações mais eficazes e menos promessas vagas. O sistema FIEC, SESI, SENAI e FECOMÉRCIO têm o maior prazer em ajudar os municípios que possuem projetos. Basta se programar e fazer por onde. Fica a dica!

O que queremos propôr é um deslocamento quase total de foco. Se não investe em obras, por que não investir nas pessoas, no humano? Ou seja: Da cidade para seus moradores. Não é Icó, mas os icoenses. Nesse sentido, passa a questão da pobreza e os nossos conterrâneos que vivem abaixo da linha de pobreza. Que tal pensar nisso?

Fica a sugestão!