quarta-feira, 20 de abril de 2011

Icó, a cidade desencantada - Parte II


Você se considera feliz morando em Icó (CE)? Está satisfeito com a gestão municipal? Fazemos estas perguntas depois de conversar com alguns icoenses por meio de nossas redes sociais. E a resposta é uma só. Precisamos avançar muito em áreas importantes para que possamos retornar o nosso município a um patamar que ele jamais deveria ter saído.

Mesmo com uma resposta quase unânime negativamente, a realidade hoje é bem diferente de tempos atrás. Icó abriga muitas cidades diferentes em toda a sua extensão territorial. Existe a cidade dos ricos, onde se pode observar detalhadamente. E existe a cidade dos pobres. É só ir fazer uma visita na periferia da cidade ou em ruas mais numerosas, como a Rua Senhor do Bonfim e a Rua São Geraldo.

O Icó em que vivemos atualmente é uma cidade irritante por problemas que nunca são resolvidos. Muita coisa nos tira do sério. O Icó que abriga o amigo Lalado, o Galego da Lanchonete, Atanes do Bar do Espetinho, Ezilda do Cachueiro Drink's, dos vereadores, de França do Picolé, dos nossos professores, é uma cidade partida, dividida em duas. De um lado, estão os abastados. Do outro, os mais pobres e sem oportunidade de nada. Isso é uma divisão genérica, mas encontramos muito descaso em todas as áreas de Icó e pontos onde as várias cidades dentro de Icó se cruzam.

A mesma praça que Alan (nome fictício) utiliza para fazer cooper, não é a mesma praça que a filha da secretária de Cultura e Turismo vai. Em Icó, falta tudo. Nem um simples lazer, nossos jovens tem.

O icoense é muito alegre, espontâneo e, mesmo assim passando por dificuldades, nunca se deixa abater. Anda sempre fazendo piada, muitas vezes, rindo da própria adversidade. A simpatia do icoense é nosso cartão de visita.

O pior da cidade é ver hoje as crianças e os jovens se drogando, sem perspectiva de futuro. E o poder público sem fazer nada para amenizar este problema. A Guarda Municipal parece mais uma instituição "cega" e que não dar resultados concretos. Pelo menos a olho nu. Por que não criar a Secretaria Municipal de Segurança Pública a exemplo de Juazeiro do Norte e Sobral? É uma opção e aí teríamos duas polícias integradas (a nossa, a PM e o Ronda do Quarteirão).

Os pobres só querem ser felizes do jeito que Deus os criou. Mas querem comida na mesa através dos projetos sociais, querem casa através dos projetos de habitação comunitária, querem emprego através da instalação de indústrias, querem uma vida digna. Enfim!

Apesar da felicidade que a maioria relata por viver em Icó (a cidade onde tudo é festa, diga-se de passagem), ainda há muitas pedras no sapato. O sistema de saúde é falido, principalmente se insistir na permanência de seu secretário; o desemprego é gigantesco (a não ser o cabide de emprego em que se transformou a Prefeitura Municipal) e a falta de educação do povo vem logo atrás, nos deixando como um dos municípios com os piores índices educacionais. Como estão vendo, o problema é de gestão.

Icó hoje nos incomoda. Barulhenta, politiqueira, sem educação, sem calçadas, sem placas de rua, sem ordem, impune, desleixada, de um povo que a desconhece e desrespeita. Ironicamente, as pessoas que vivem em Icó figuram entre o que a cidade tem de melhor e o que ela tem de pior. O povo acolhedor é também mal-educado. A grande riqueza de Icó é o povo. Recebemos todos bem. Mas, por outro lado, não cultivamos a gentileza. Não damos passagem no trânsito, não respeitamos o pedestre, basta ver o trânsito na avenida Nogueira Acioly, em dia movimentado, e entre os cruzamentos em frente e ao lado da Farmácia Oswaldo Cruz.

Se oferecer políticas públicas para o povo, se valorizar o lado "humano", como já frisamos aqui em outro "post", a vida em Icó será outra. As pessoas só ficam do jeito que são porque não são ocupadas. Quando se cria condições para que as pessoas vivenciem a cidade, elas vivenciam [aqui entra o papel do poder público].

Os icoenses têm sede de vivenciar a cidade. Basta ter estímulos e motivações! E nada de perseguições.

# Só lembrando: o prefeito está "cego" em relação a alguns auxiliares. Resultado que é bom não são apresentados para o conjunto da população, prejudicando o andamento da gestão. Está dado o conselho!