Ao falar em "cultura" o primeiro pensamento é quase sempre relacionado a livros. A ideia de uma pessoa "culta" está associada em nossa mente ao estereótipo do leitor compulsivo, praticamente viciado em leitura. Para esse público dedico o artigo de hoje. Falo do livro de Jonathan Safran Foer, "Comer Animais". O título já diz muito, e certamente os onívoros já torceram o nariz: "Mais um daqueles livros de militantes vegetarianos que querem me obrigar a comer alface pelo resto da vida." Talvez seja essa a intenção, mas o livro vai muito além disso. É um livro que deve ser lido por todos os que se importam com sua alimentação e que gostariam de saber de onde vem seu bife diário.
E a imagem da vaquinha sorridente no rótulo do seu leite em pó? A galinha rodeada de pintinhos amarelinhos, que aparece na caixa de ovos do supermercado, existe mesmo? Você acha que paga muito caro por um sushi, mas já pensou no custo ambiental da pesca mecanizada, em escala industrial, que acontece nos mares do mundo? Já parou para pensar em quanto hormônio e antibiótico seu filho ingere todos os dias ao comer "saudáveis" peito de frango e iogurte? Pois esse livro foi escrito por um judeu que cresceu ouvindo de sua avó histórias sobre fome e necessidade de se comer de tudo. Quando tornou-se pai decidiu que seu filho não precisava comer 'de tudo', mas apenas o que fosse realmente bom para sua saúde física, mental e moral. O livro promove um estudo sobre ética e moral, muito além das panelas. Leia antes do próximo churrasco e reúna seus amigos para criticá-lo, ok?
# Currículo: Nilza Braga, professora de Inglês do Ensino Médio, formada em Letras pela Fac. de Ribeirão Pires (SP). Adotou Fortaleza como sua há 20 anos e trabalha na rede estadual de ensino. Vegetariana, espírita, apaixonada pela profissão, mantém em precário funcionamento o http://nilzasonapaz.blogspot.com/ mas é figura fácil no Orkut, Twitter, MySpace, Facebook e mais alguns, com o codinome "Nilza só na Paz". A professora Nilza Braga escreve nesse espaço nas terças-feiras.