segunda-feira, 16 de julho de 2012

Vale a pena ler!


Quem passa pelo cruzamento da Avenida Nogueira Acioly e José Ribeiro Monte se depara com uma construção tanto emblemática quanto histórica.


Construída nas primeiras décadas do século XX, a obra traz a tona uma atualidade despercebida pelos transeuntes daquele pedaço de Icó.


Reformada há algum tempo, a construção ainda demonstra a ausência do relógio que dá nome à coluna.


Este caso contraditório, para não dizer curioso, demonstra a metáfora da política icoense, pelo menos até o momento. Perdemos o relógio político?


Uma política ainda feita na base de uma época do Icó provincial, dos ataques e contra-ataques pessoais, e nenhum pensamento de projeto, para uma juventude que espera oportunidade, para uma terceira idade ainda desassistida e um adulto ainda carente de emprego.


Ainda estamos no início da campanha nestas eleições municipais de 2012, e é cedo para que o pessimismo contamine a realidade. Entretanto, é preciso fazer um breve registro das últimas campanhas e a constante utilização nos palanques de termos de baixo calão e adjetivos pejorativos, seja do lado da situação ou da oposição.
Não devemos generalizar, para não ficarmos no lugar comum, mas não podemos deixar de citar fatos passados para que, neste caso, fiquem apenas na história. O relógio do tempo cobra ao Icó uma taxa altíssima por conta do atraso dos bate bocas que não levam ao almejado desenvolvimento desta terra que já foi um dia entreposto comercial.


As contendas típicas das eleições são registradas em todo o Brasil, mas não podem ultrapassar o limite do bom senso e atingir o próximo. Lembremo-nos que campanha política é passageira, prefeitos são passageiros, mas as instituições Prefeitura Municipal de Icó e Povo de Icó ficam.


Por isso, em 2012, o ano das Redes Sociais, que seja também o ano da população. Que os dois candidatos a prefeito e os 71 a vereador apresentem projetos, debatam com os 52 mil eleitores icoenses e, sobretudo, que façam um planejamento de longo prazo. O Icó precisa ser pensado para uma geração e não a cada eleição.


E como começar um projeto? Diferentemente, a internet hoje possibilita a oportunidade para que quem desejar fazer um Raio-X do Icó. Temos como exemplo os número do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], com dados sobre quem são, como vivem, o que melhorou e o que deixa a desejar nas terras icoenses. Basta procurar.


Quanto ao cidadão que acha que o é apenas por apertar as teclas da urna eletrônica em um domingo eleitoral, diminui o significado da palavra e esquece de fazer sua parte, cobrando do gestor, participando de debates e audiências públicas de temas que interessam a sociedade.


Para que este pleito não seja apenas um espetáculo, com encenações e com tempo para começar e terminar, é preciso que os atores do processo, votantes e votados, não deixem escapar chance de dar um passo a frente. Icó está atrasado no modo de fazer política de alguns. É preciso "ajeitar a hora" política icoense.

# Texto escrito pelo jornalista icoense Yuri Guedes, editor do site Icó é Notícia.