quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Icó: Convenções e Conservadorismo em 2012"

Um tanto sem entusiasmo o ano eleitoral se anuncia. É como se um filme já assistido voltasse a ser exibido. O mesmo tema, o mesmo roteiro, os mesmos atores. É um pequeno mundo reservado a alguns, embora pareça aberto a muitos.

Mas o mundo da política é um tanto parecido com o mundo do futebol. Poucos times organizados, jogadores selecionados e ao final um jogo ‘clássico’ entre dois conhecidos adversários, onde em muitos casos alguns jogadores já foram integrantes do ora inimigo de campo. E o povão fanático a torcer por seu time favorito. Talvez por isso essas duas atividades humanas encontrem tantos admiradores e poucos participantes.

Em Icó, terra de meu berço, os candidatos que disputarão a chefia do executivo municipal surgem em duas esferas já conhecidas.

O PMDB, representado pelo atual prefeito Marcos Nunes, tendo como vice Charles Peixoto do PSD. Ambos representando clãs tradicionais da política icoense. União impensável há quatro anos, mas cuja aliança, surpreendentemente, perdura. Talvez um ensino ‘democrático’ ou de interesses comuns, como diz o velho adágio: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” É, na verdade, no meu ponto de vista a aliança entre a aristocracia rural e latifundiária e a urbana burguesa e sob esse aspecto foi uma excelente costura política e representa o que o Icó tem de mais conservador. E,desta forma, é a síntese da política local.

“Nunes conseguiu formar a maior coligação para o pleito que se avizinha. Algo em torno de 14 (catorze) partidos políticos, se somam nesta sexta-feira, em seu prol. (...), também, que conta com o apoio do Governador Cid Gomes (PSB), do vice, Domingos Filho (PMDB); do Deputado Federal Domingos Neto (PSB), dos três senadores da República e dos ex-prefeitos de Icó, Oriel Nunes, Quilon Peixoto (PSD) e Cardoso Mota (PSB), além de dois terços dos atuais vereadores”.

O Democratas (DEM) apresenta-se como oposição, e aí surge Jaime Júnior, que fora o vice-prefeito de Cardoso Mota e seu sucessor em tempos de cassação do titular. Jaime tem como vice Diassis Pereira (DEM). Segundo Fabrício Moreira, “Jaime conseguiu formar coligação para o pleito que se avizinha, algo em torno de 6 (seis) partidos políticos, se somam neste sábado, em seu favor. (...) que conta com o apoio do Deputado Federal Genecias Noronha (PMDB), além do presidente de sua sigla, empresário Chiquinho Feitosa. “Marcham juntos na coligação os partidos: PR, PSDB, PSL, PV e o PT, este último ratificado de última hora. Diversas lideranças estaduais e regionais se fizeram presentes, além dos mais de 100 postulantes a um dos 15 cargos de vereador na Câmara Municipal de Icó”. E o Partido dos Trabalhadores quem diria apoiando o DEM (ex-PDS/ARENA).

O que parecia ser a novidade neste pleito era a candidatura de Rubens Brasil, radialista de prestígio e popularidade. Esperava-se que Rubens fosse candidato a prefeito, mas nos últimos tempos cogitava-se sua candidatura a vice prefeito na chapa de Jaime Júnior, porém a novidade não veio, o que seria interessante uma terceira via. E assim Icó terá apenas duas referências ao cargo majoritário.

A novidade são as centenas de candidatos a vereador. Será algum avanço democrático ou meros interesses individuais pelo que o cargo representa em prestígio e dinheiro?

# Texto escrito pelo icoense Washington Peixoto (foto) em seu Blog "Opinion". Achei interessante e postei aqui.