segunda-feira, 9 de julho de 2012

A língua solta de Ciro Gomes!

Veja o que o ex-governador, ex-prefeito e ex-ministro (duas vezes), Ciro Ferreira Gomes (PSB), falou para a edição 27 da revista Nordeste VinteUm. Eis o comentário:

# O senhor acha que a reforma política será aprovada?

Não. E sabe por que não vai passar? Simples: a atual institucionalidade gerou a representação que temos, e esta, por sua vez, tem o monopólio da vontade institucional do País. É o legislativo que tem o monopólio. E aí vem a pergunta: por que uma representação gerada por uma institucionalidade vai revogá-la? Você só sai desse impasse por vetores como, por exemplo, o elemento externo, ou seja, a Presidência da República pautando este assunto. Mas ela não fará porque a emergência do executivo é outra. Basta ver a questão da coalisão PT/PMDB. No governo Lula, a ideia era enfrentar o PMDB, agora a ideia é cooptar. Mesma ideia que o Fernando Henrique Cardoso teve em sua gestão, quando fez uma aliança com o PFL (Partido da Frente Liberal, hoje DEM). E isso foi algo estipulado desde o primeiro momento, o que é uma vantagem em relação à questão PT/PMDB. Na época, o PFL era o que havia de mais atrasado no País. Hoje é o PMDB. E alguém aqui acha que o Fernando Henrique é corrupto? Eu não acho. O conheço de longuíssima data. Nunca foi corrupto na vida. Não tem a menor aptidão por dinheiro. Um homem dedicado às coisas públicas. Outro motivo para a reforma não passar é que não se faz democracia sem povo. Meteram na cabeça da população que plebiscito e referendo são "chavismos" (referência a Hugo Chavez, presidente da Venezuela). Repito, se o povo não está na jogada, não vai haver reforma política. É conversa para boi dormir.

Nota do Blogueiro: Deve ser por isso que, a cada eleição, o Poder Judiciário faz "emendas" em cada um dos processos eleitorais. Enquanto não houver uma ampla reforma política, o País ficará a mercê de leis eleitorais frágeis, os políticos continuarão sendo infiéis aos partidos que o elegeram, a prestação de contas de candidatos não terão importância nenhuma e a compra de votos continuará existindo. Ah, o DEM hoje é o partido do prefeiturável icoense Jaime Júnior. Já o PMDB é a legenda que abriga o também prefeiturável icoense Marcos Nunes. Os dois concorrem ao pleito de 2012 rumo ao tão sonhado trono do Palácio da Alforria, sede da Prefeitura Municipal de Icó.