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Funcionários do Departamento de Marketing do jornal O Povo agrediram dois diretores do Sindicato dos Gráficos do Ceará (Sintigrace) no início da tarde desta sexta-feira (07/01), na Praça do Ferreira, após a comemoração dos 83 anos da empresa. Juarez Alves, secretário de Formação, e Josenaldo Ferreira, integrante do Conselho Fiscal, foram atacados com socos no rosto e nas costas por três empregados da empresa, ainda não identificados. Ironicamente, no momento da agressão, os dois sindicalistas faziam panfletagem denunciando casos de violência por parte do jornal O Povo contra jornalistas.
Acompanhados de seis diretores do Sindjorce, ambos registraram queixa por lesão corporal dolosa no 34º Distrito Policial de Fortaleza, em seguida foram submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). "Eu estava entregando os panfletos quando um rapaz tomou o papel de uma moça e disse ‘não leia esta bosta'. Eu disse que ele lia se quisesse. E fui panfletar em outro grupo. Ele voltou a provocar com palavrões e eu disse que ele respeitasse. Então, ele partiu para a agressão", afirmou Juarez Alves, que teve o supercílio esquerdo, o olho e o nariz lesionados e os óculos quebrados. O sindicalista foi demitido ilegalmente pelo jornal, no dia 8 de agosto de 2009, em retaliação à greve conjunta feita por gráficos e jornalistas no mesmo ano.
Os agressores também quebraram os óculos e lesionaram o olho direito do sindicalista Josenaldo Ferreira. "Entrei na turma do ‘deixa disso' e também fui agredido", afirmou Josenaldo. "Imaginem se fosse ao contrário? Se um dirigente sindical tivesse lesionado um funcionário do O Povo, o que o jornal faria?, questionou Juarez Alves.
Outra funcionária do Marketing do jornal O Povo tentou tomar a máquina fotográfica da diretora de Administração e Finanças do Sindjorce, Déborah Lima, que fotografa o tumulto. "Uma funcionária perguntou por que eu estava tirando fotografias e respondi que estava fotografando porque eu era jornalista. Foi quando uma outra funcionária tomou a máquina da minha mão. Só não perdi o equipamento porque estava preso ao meu pulso", contou Déborah Lima.
"É inadmissível esse tipo de agressão covarde contra dirigentes sindicais que estavam denunciando casos de violência, censura e perseguição política contra profissionais de imprensa. Exigimos que O Povo identifique os agressores, sob pena de a empresa ser alvo de processo criminal e ação por danos morais", avisou o presidente do Sindjorce, Claylson Martins.
Sindicatos entrarão com representação criminal contra agressores de dirigentes
Os Sindicatos dos Jornalistas e dos Gráficos do Ceará se reúnem, na próxima segunda-feira (10/01), para encaminhar providências jurídicas contra os empregados do Marketing do jornal O Povo que agrediram sindicalistas na última sexta-feira (07/11). As entidades entrarão com representação criminal e os dirigentes agredidos com ações por danos morais, com pedido de reparação por lesão corporal dolosa. Segundo informações do Instituto Médico Legal (IML), o exame de corpo de delito fica pronto em 15 dias.
Com as provas das agressões disponíveis e o testemunho de pessoas que presenciaram o fato, as duas entidades exigirão que o jornal O Povo identifique os agressores para que sejam processados. Caso o jornal se negue a identificá-los, a empresa será processada criminalmente no lugar deles.
“Os funcionários agressores estavam numa atividade do jornal, portanto são um braço da empresa, que é responsável solidária por toda e qualquer ilegalidade cometida por esses empregados contra terceiros”, explica o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade.
