domingo, 11 de abril de 2010

Conjuntura política no Brasil, no Ceará e no Icó. Qual o cenário em que você aposta?

Se aproxima cada vez mais o início da campanha eleitoral desse ano. A disputa promete esquentar. As coligações já estão sendo discutidas pelos diversos partidos políticos. Mas muitas definições só serão conhecidas a partir do mês de junho quando ocorrem as Convenções. A maioria das decisões só será consumada depois das deliberações partidárias em nível federal.
Mas já dá para termos algumas noções como ficará o cenário eleitoral de 2010.
O PSDB, que lançou nesse último sábado (10), o ex-governador de São Paulo, José Serra, como seu pré-candidato à Presidência da República, terá o DEM e o PPS como aliados de primeira hora. O DEM reinvidica o cargo de vice-presidente e diz que só abre mão se o candidato for o ex-governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, neto do ex-presidente Tancredo Neves. Se consumar, teríamos uma chapa pura peessedebista e uma chapa "Café com Leite", rememorando o que já aconteceu no Brasil pouco antes do Estado Novo, numa época em que éramos governados por políticos de São Paulo e de Minas Gerais.
Já do lado governista, o PT lançou como pre-candidata, a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que, pela primeira vez, vai disputar uma eleição majoritária. É de se levar em conta de que esta eleição não terá o presidente Lula como candidato, pela primeira vez depois da redemocratização do País. O vice-presidente dessa chapa ainda é uma incógnita. Nos bastidores fala-se que será do PMDB e o mais cotado é o atual presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.
No PV, a candidata será a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem uma história de vida parecida com a do presidente Lula. Alfabetizada aos 16 anos, filha de nordestinos e de seringueiros, ela promete esquentar a disputa com um discurso de desenvolvimento com sustentabilidade. E não com um discurso nacional desenvolvimentista implantado no Brasil pelos tucanos na década de 90.
Plínio de Arruda Sampaio foi lançado pré-candidato pelo PSOL e Ciro Gomes (PSB) é o único que ainda não tem uma posição oficial de seu partido. Até o mês de maio teremos esse desfecho. O partido é da base aliada do governo petista e até agora não se manifestou sobre a possível candidatura do deputado federal cearense.
No âmbito do Estado do Ceará, o governador Cid Gomes (PSB) se prepara para enfrentar uma eleição atípica, sem oposição, já que o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), desistiu de sua postulação. O resto é esperar como ficará a novela envolvendo o PT e o PSDB. O primeiro quer continuar com o cargo de vice-governador e pleitea a segunda vaga ao Senado. E o segundo quer vê Cid Gomes apoiar informalmente a reeleição do senador Tasso Jereissati, o que não é comungada pela cúpula petista. A única certeza do bloco de apoio a Cid Gomes é a garantia de que Eunício Oliveira (PMDB) é o candidato da coligação ao Senado.
Realmente é um "samba do crioulo doido". No Icó, por exemplo, ninguém ainda se manifestou publicamente. O deputado estadual Neto Nunes (PMDB) seguirá o caminho traçado pelo governador Cid Gomes e pelo seu líder político, o deputado federal Eunício Oliveira, já que é da base de sustentação do Governo do Estado. E esse mesmo caminho será percorrido pelo prefeito Marcos Nunes (PMDB) e todo o seu grupo. Afinal de contas, tudo está em família.
Resta saber como se comportará o grupo ligado aos ex-prefeitos Quilon Peixoto Farias e Cardoso Mota (PSDB). O filho do primeiro é o atual vice-prefeito. Trata-se de Charles Peixoto, também tucano. Será que vão apoiar fervorosamente a reeleição de Neto Nunes rumo ao Palácio Adauto Bezerra? Ou buscarão outro deputado visando, tão somente, os seus interesses em detrimento do povo de bem da cidade de Icó? Vamos aguardar os acontecimentos. O que não pode é elegermos deputados de fora que só aparecem em época de eleição e depois somem sem dar satisfação. O povo precisa ficar atentos. Esta prática é comum no município em períodos de eleições gerais no Brasil.
Já Jaime Júnior (DEM) está calado até o momento. Muitas especulações tem surgido em torno de seu nome como candidato a Assembleia Legislativa. Resta saber se terá fôlego suficiente para entrar nessa disputa que será desigual. Afinal, Neto Nunes tem a máquina administrativa. E Jaime está num pequeno partido aqui no Ceará, sem representação nas duas Casas Legislativas. Neto, por sua vez, seguirá a orientação do PMDB e votará em Dilma, Cid e Eunício. Já Jaime pelo andar da carruagem terá que ser oposição a este grupo. Formalmente terá que dar palanque a Serra e a Tasso. A não ser que queira apoiar informalmente qualquer um dos outros candidatos postos. Se seguir a orientação do partido em nível nacional, poderemos vê Jaime pedindo votos ao lado de Quilon, Cardoso e Charles. A história mostra que não é bom apoiar informalmente alguns candidatos. É ruim para a estratégia eleitoral. Fica uma confusão na cabeça dos eleitores.
Os prazos para que tudo isso fiquem esclarecidos para a opinião pública está se esgotando. Até lá muita especulação ainda terá. Só esperamos que o povo saiba exercer o seu papel de cidadão da melhor maneira possível, sem subterfúgios. A democracia agradece!