quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Novo presidente recomenda humildade


O novo presidente do PT, José Eduardo Dutra (SE), afirmou ontem que "sem salto alto" o partido tem condições de vencer a sucessão presidencial de 2010. Dutra revelou que a principal arma do PT para a disputa eleitoral será "chamar a população" para comparar os oito anos do governo Lula com os oito anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dutra reconheceu que a disputa eleitoral - a primeira sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos 20 anos- será difícil, mas provocou o PSDB ao afirmar que o PT é "indiferente" em concorrer com o governador de São Paulo, José Serra, ou com o governador mineiro Aécio Neves. "Temos condições de ganhar sem salto alto. Vai ser difícil a disputa qualquer que seja o adversário. Não cabe à nós fazer análise de quem é mais difícil. O PSDB é que tem que escolher seu candidato. Não temos preferência. Não vamos escolher o adversário", disse o novo presidente do PT. O ex-senador, que será responsável pelas articulações da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), disse que a comparação entre os dois governos é um caminho natural, mas que o PT ainda vai continuar com um projeto de esperança. "Agora nós vamos apresentar um projeto vitorioso para o Brasil. A população vai comparar dois projetos que ela conhece: o projeto da oposição, materializado nos 8 anos do governo FHC, e o nosso, materializado nos oito anos do governo Lula", afirmou.

Alianças

Dutra afirmou que vai trabalhar para costurar o apoio dos 14 partidos que atualmente formam a base do governo Lula no Congresso para a virtual candidatura de Dilma. O futuro presidente do PT, que só assume em fevereiro, disse que prefere uma única candidatura da base na disputa ao Palácio do Planalto. "Estamos trabalhando no sentido de garantir para o palanque da nossa candidata ano que vem a mesma base de apoio que hoje tem o presidente Lula, trabalhamos nesta direção", disse. Para Dutra, no entanto, os partidos, como o PSB que trabalham a candidatura do deputado Ciro Gomes (CE), têm autonomia para decidir seu futuro em 2010. "É lógico que a decisão de aliança depende dos partidos, eles tem autonomia para decidir. Alguns, como é o caso de Ciro Gomes, têm uma tese que respeito, mas que é diferente da nossa: de que seria melhor lançar mais de um candidato dentro da base", afirmou. Dutra defendeu a permanência de Dilma na Casa Civil até o fim do prazo de desincompatibilização, em abril. Dentro do PT, as lideranças estão divididas sobre a saída de Dilma do governo, alguns defendem que ela se dedique a campanha já em janeiro. O dirigente reconheceu que é importante ter vitrine. "A exposição garante que a população tenha conhecimento daquela pessoa", disse.A estratégia de comparar Lula com Fernando Henrique Cardoso ganhou fôlego nesta semana depois da divulgação da última pesquisa CNT/Sensus. De acordo com a pesquisa, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), continua liderança a corrida eleitoral, com 31,8% das intenções de voto.Mas, na comparação com dados do ano passado, Serra perdeu 15 pontos de intenção de voto. Para a CNT/Sensus, o recuo na intenção de voto em Serra reflete a forte rejeição ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).