segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"Tiradas do Baú"

É impressionante como o "poder que não se renova, apodrece", em Icó. 

Há mais de 25 anos somente duas famílias políticas se revezam no poder icoense. São elas: a família Nunes, cujo um de seus filhos é o atual prefeito e candidatíssimo a reeleição. E a outra é a família Peixoto Farias, que já não mais tem tanta força política como antigamente.

Se não bastasse os patriarcas terem governado o Icó por 14 anos (dez anos do ex-prefeito Quilon Peixoto Farias e quatro anos do ex-prefeito Oriel Nunes), agora os seus dois filhos administram o município e disputam pela segunda vez a preferência do eleitorado icoense. São eles: Marcos Nunes (PMDB) e Charles Peixoto (PSD). Sem contar no fato de que o deputado estadual Neto Nunes (PMDB) também já comandou os destinos da Prefeitura Municipal por longos oito anos.

A análise política que fazemos desse fato é a seguinte. Hoje, somente dois grupos detém o poderio eleitoral do município. Tanto o esquema comandado pelo deputado estadual Neto Nunes, segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará, como o grupo liderado pelo ex-prefeito interino Jaime Júnior (DEM), forte concorrente pela oposição rumo ao Palácio da Alforria.

O fato é que atualmente os ex-prefeitos Quilon Peixoto Farias (PSD) e Cardoso Mota (PSB) não mais representam força quando o assunto é eleição. Juntando a suposta força dos dois médicos, deles somente 3.500 votos serão transferidos para o seu aliado Marcos Nunes. Pode apostar nisso! E mais: o segundo poderá até eleger o seu irmão, Maninho Mota (PSB), para a Câmara Municipal, mas aqui é história para outro "post".

Tirando isso, o que está em jogo para os dois "doutores" é o fato de que os mesmos detém uma fatia muito grande no organograma da PMI. São milhares de empregos dados a familiares. Infelizmente, a Prefeitura Municipal de Icó se transformou num verdadeiro cabide de emprego. Basta ver o caos em que está a Secretaria Municipal de Saúde, que desde a gestão passada vem sendo gerenciada pela família da então e não menos importante "dona" Lourdes Maciel.

Só que esse "esquema" ora instalado no Palácio da Alforria poderá a qualquer momento ser desfeito, o que seria uma lástima para essas duas famílias que se perpetuaram no poder e alguns, inclusive, se tornando políticos profissionais. 

Enfim, com a vitória da oposição é a garantia de mudança, de esperança e de autoestima por parte da população. É a certeza de que somente um político, com ideias inovadoras e com uma nova forma de se fazer política, derrotou quatro coronéis, o chamado Quarteto Agreste (Oriel, Quilon, Neto e Cardoso). Se isso acontecer, pode ter certeza de que a eleição de 2012 em Icó ficará para a história, assim como o Teatro da Ribeira dos Icós e a nossa Festa do Senhor do Bonfim já estão guardadas na historiografia cearense, quiça brasileira.

Este é o "Tiradas do Baú" dessa segunda-feira (27), um quadro semanal e que conta a história do passado do município de Icó, nossa querida e idolatrada terra natal.