segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Tiradas do Baú"

Engana-se quem pensa que a "União pelo o Icó" sacramentada em 2008 foi benéfica para o município. Muito pelo contrário. Foi a maior faceta política de nossos inestimáveis políticos. A aliança, mantida para a eleição de 2012, é a maior aberração política já existente em terras icoenses.

Cardoso Mota (PSB) foi o grande mentor dessa aliança. Sem o apoio e o aparato jurídico que obteve naquela ocasião, com certeza o episódio "mensalão" da Era Cardoso teria tido resultados nada agradáveis, inclusive com prisões, igualmente como ocorreu com o prefeito de Ipu, Sávio Pontes (PMDB), no caso que ficou conhecido como "escândalo dos banheiros". Coincidência ou não, as duas cidades tem três letras e começam com a vogal "i".

Se não tivesse sido o poder de barganha do deputado estadual Neto Nunes (PMDB), dificilmente o ex-prefeito Cardoso Mota teria se safado. Bastou unirem-se em torno da candidatura do prefeito Marcos Nunes (PMDB) em 2008, para ele e sua desastrosa gestão se livrarem da Justiça. Nem com forte apelo popular, o Judiciário se mostrou sensível as causas do povo, frustrando a grande maioria da população e entidades de classe. Nem as denúncias apresentadas na Câmara Municipal de Icó pelo advogado Kerginaldo Cândido (PT) foram suficientes para sensibilizar os nossos então vereadores.

O que o povo têm que entender é que se não houvesse aquela união, pacto ou o quer que seja, dificilmente o prefeito Marcos Nunes, candidato a reeleição nesse ano, teria vencido aquele pleito eleitoral. O seu grupo estava desgastado, o candidato não empolgava, o discurso é totalmente fraco e o poder só foi conquistado na calada da noite, na antevéspera da eleição, por ordens superiores ou será judiciais? Até hoje ninguém sabe quem é o verdadeiro protetor do ex-prefeito Cardoso Mota, mesmo sabendo das irregularidades cometidas naquela gestão, onde até cunhada foi beneficiada no esquema de corrupção, comprovadamente julgado pelo Ministério Público.

A verdade é que só com os votos de seu grupo, o prefeito não teria sido eleito. Precisou o deputado estadual Neto Nunes tomar as rédeas da situação, mesmo a contragosto de seu pai, o ex-prefeito Oriel Nunes. O difícil foi convencer o eleitorado a votar juntos em um mesmo candidato, eles que eram "inimigos" políticos até morrer.

Por sua vez, os tempos mudaram com a famigerada "união pelo o Icó". Agora, os dois grupos dividem o mesmo poder, com Marcos e Charles Peixoto (PSD) na linha de frente. O Icó hoje é governado por dois grupos políticos que dominam a política icoense há mais de 30 anos, se alternando na PMI. Cardoso Mota, que poderia ter sido o melhor prefeito icoense de todos os tempos, decepcionou, mas fez o seu sucessor. Elegeu Marcos Nunes em 2008. Atualmente, sem muita força política, tenta ajudar o aliado e ex-desafeto político, a se reeleger prefeito.

Juntando os seus votos com os poucos pingados votos do ex-prefeito Quilon Peixoto Farias (PSD), o seu grupo deve dar cerca de três mil e quinhentos sufrágios ao prefeito Marcos Nunes. A não ser que esta conta esteja errada. Se passar é dentro da margem de erro para mais ou para menos. Quem sobreviver, verá!

É bem verdade ainda que a consciência do povo icoense está mudada. Hoje, vemos uma maturidade nas opiniões. A democracia reina na "Terra dos Icós", mesmo alguns ainda temerem a perda do emprego no chamado "cabide de emprego" em que se transformou a Prefeitura Municipal de Icó. E lembre-se: a eleição de 2012 é diferente do pleito de 2008. Lá atrás ainda deu para convencer que a "união pelo o Icó" era o ideal para o nosso município. Agora não! O povo comprovou, testou e o prefeito Marcos Nunes está na mira da aprovação ou não de seu governo. Além de ter muito trabalho com a candidatura, ainda tem a difícil missão de defender a sua administração.

Já a oposição corre por fora. Se ganhar, é lucro. Afinal, derrotou a máquina pública com as suas benesses e nuances, venceu o Quarteto Agreste (Oriel, Quilon, Neto e Cardoso), ganhou do atual prefeito e de sete vereadores que fazem parte da base situacionista. Mas só não venham dizer que nesse bolo estão as fatias da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Cid Gomes (PSB). Os dois estão na qualidade de magistrados  e, portanto, apoiam o candidato que democraticamente se eleger no dia 07 de outubro em Icó.

É isso aí!