quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Artigo: A (des)educação eleitoral e seus resultados

A política dos candidatos já bate a nossa porta e em breve estará na TV e no Rádio. A internet já está tomada por ela. São os ares da democracia muito bem vindos. Porém, apesar de estarmos cada vez mais antenados quanto à modernidade no jeito de produzir campanhas, há um ponto que só o tempo trará evolução: nossa educação eleitoral.

A população é extremamente leiga quanto ao assunto, não sabendo a diferença de ações entre os poderes (executivo e legislativo, principalmente). Isso acarreta geração pós-geração, no mínimo, duas situações prejudiciais ao amadurecimento do Brasil como nação: a escolha errada de governantes e legisladores e o desinteresse do povo – principalmente dos jovens – pela política.

Vejamos: se eu desconheço as atribuições de um vereador e de um prefeito, como poderia cobrá-los em seus mandatos? Se eu não sei que um vereador não pode construir creches (competência da prefeitura), conseguir saneamento básico e segurança policial para meu bairro (ambos de competência do governo do Estado) e ainda, se eu não sei diferenciar as promessas “eleitoreiras” dos projetos que realmente fazem sentido e tem mensuração durante a legislatura, como votar com consciência? É claro que nossos mandatários deveriam colaborar para que a educação política se fizesse presente, pois são os primeiros a estender a mão para “doar” um saco de cimento e um milheiro de telhas ao eleitor, em troca do valioso voto. Em vez disso, deveriam “trocar” esse mesmo voto por projetos que favorecessem uma política sólida de moradia para as comunidades. Em vez do “Vote em mim que te ajudo na construção de sua casa” o mantra deveria ser “Vote em mim que garanto lutar por projetos de moradia não só pra você, mas para toda sua comunidade.”

Quanto ao quesito desinteresse, este é notório entre a imensa maioria de nossa população. Mas, e aí? Se o cidadão de bem não se interessa pela política – da acepção do termo grego a política partidária – alguém acaba se interessando, leiam-se figuras que tem pouco, ou nada, a contribuir com a sociedade, afinal, estes espaços (poderes executivo e legislativo), de um jeito ou de outro, vão ser ocupados. Então, de tanto se falar que política é coisa de “ladrão”, o brasileiro de bem, a juventude cheia de garra e projetos que têm as reais possibilidades de renovar as casas legislativas, simplesmente viram as costas para tudo isso, não se candidatando e ainda votando mal.

Se depositássemos a metade de nossa energia - e espaço na mídia - a educação política como fazemos com o futebol, por exemplo, faríamos inveja como nação!

# Texto escrito e enviado para o Blog, por email, pelo jornalista Danilo Amaral (foto), especialista em marketing eleitoral e político. Ex-colega de trabalho desse blogueiro nos tempos da então gloriosa TV União.