quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Para relembrar episódios nada agradáveis para a política icoense

[Ex-prefeito Quilon Peixoto Farias - o árabe, prefeito Marcos Nunes e ex-prefeito Cardoso Mota]



O Brasil se prepara para assistir o maior julgamento de sua história. O dia 02 de agosto é a data que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga procedente ou não as denúncias acerca do chamado escândalo mensalão, um esquema de corrupção descoberto no primeiro governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

O esquema, à época, foi descoberto pelo então deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. A queda de braço entre ele e o ex-ministro da Casa Civil, o petista José Dirceu durou árduos longos dias. Acabou sobrando para o então todo poderoso do governo Lula, que logo após as denúncias saiu da administração federal e foi cassado pela Câmara dos Deputados, ficando inelegível por oito anos.

Pois bem!

Nessa quinta-feira (02), 36 réus estarão sendo julgados por envolvimento nesse que já pode ser considerado o maior esquema de corrupção da história do Brasil.

Qualquer semelhança com o Icó é mera coincidência. No mandato anterior, a gestão do ex-prefeito Cardoso Mota (PSB) esteve mergulhada em escândalos de corrupção. Vários membros de sua família estiveram envolvidos no caso. Resultado: por duas vezes, o então gestor municipal foi afastado de suas funções por ordem judicial. Os autos do processo foram analisados sistematicamente pelos representantes do Ministério Público, à época. Todas as provas estão arquivadas e os réus do esquema icoense continuam a borboletear entre uma eleição e outra.

Por sua vez, a Câmara Municipal de Icó teve a grande oportunidade de moralizar a coisa pública no município. Faltou competência e força de vontade política. O ex-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsepmi), Josafá Alves, e o advogado militante Kerginaldo Cândido (PT), candidato a vereador nesse ano, deram entrada a um processo de cassação no poder legislativo icoense. Mas, infelizmente, os então vereadores rejeitaram a ideia e arquivaram o pedido contra o ex-prefeito Cardoso Mota, a frente o vereador Evandro Juvino (PSD), presidente da Casa naquela ocasião.

Em seguida, houve a chamada "União pelo o Icó", onde inimigos políticos de outrora passaram a defender a gestão escandalosa do ex-prefeito Cardoso Mota, emprestando apoio e até advogados renomados para salvá-lo de um provável impeachment. Resultado: na calada da noite a Justiça voltou o ex-gestor municipal ao cargo bem nas vésperas da eleição 2008, ganhando aquele pleito eleitoral o atual prefeito Marcos Nunes (PMDB), potencial candidato à reeleição em 2012 e apoiado por todos aqueles que um dia o chamaram de "matuto" lá do pé da Serra de Santana. É bem verdade que os tempos são outros, mas o que tudo era espinhos, hoje simplesmente vivem um casamento e uma lua de mel inseparáveis.

A diferença entre o mensalão do Lula (para caixa dois das campanhas petistas) e o mensalão de Cardoso Mota (para enriquecer alguns aliados) é que o primeiro caso será julgado sob todos os holofotes midiáticos [custou, mas chegou!]. É amanhã na Capital federal. Já o segundo por inoperância de nossa Câmara Municipal caiu no esquecimento e ninguém mais fala nisso.

Definitivamente, Cardoso Mota é sim o pior prefeito da história de Icó. Excelente médico e um péssimo gestor. E ainda tem aqueles que o defendem, inclusive ensaiam uma possível volta dele em uma futura disputa eleitoral em Icó. Era só o que nos faltava!