segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O horário eleitoral gratuito e seus desdobramentos

Sempre assisto o horário eleitoral gratuito na TV, principalmente, no horário da noite, logo após o Jornal Nacional. Confesso que sou um fiel telespectador desses programas eleitorais. Muitos não gostam. Consideram que os candidatos e partidos não dizem nada. Até acham que é uma invasão domiciliar. Pode até ser. Mas é importante para esclarecer e aprofundar questões acerca das eleições e seus desdobramentos políticos.
Por quase dois meses, os partidos e candidatos tem a tarefa de passarem aos eleitores o que pretendem fazer caso eleitos. Para os cargos executivos, temos um caso que se repete a cada eleição. De um lado, fica o governo mostrando as suas realizações durante os quatro anos em que administrou o Estado. E prometendo mais obras e políticas públicas, como a construção de mais três hospitais. Ora bolas! Nem concluiu ainda as promessas de 2006 em relação aos hospitais do Cariri e Zona Norte e já está prometendo mais três? Se em quatro anos não concluiu dois, novamente em quatro anos vai concluir três? É uma pergunta que não quer calar.
Enquanto isso, fica os candidatos oposicionistas, dentre eles, Lúcio Alcântara (PR) e Marcos Cals (PSDB), mostrando o contraverso, o contraditório e de uns dias para cá, passaram a mudar de estratégia, batendo duro no governo Cid Gomes (PSB). A polêmica mais comentada é sobre a construção do Acquário. Marcos diz que não termina e que vai empregar o dinheiro em 100 novas escolas profissionalizantes. E Lúcio vai na mesma linha de pensamento.
Já os candidatos de partidos nanicos, como PSOL e PSTU, ficam ligados ao mesmo discurso acadêmico e sindical, sem mostrar soluções concretas para o povo. E acabam sendo engolidos pelos discursos dos grandes partidos, que tem o abuso do poder político e econômico a favor.
Um diferencial também no que diz respeito ao horário eleitoral gratuito é o apoio que alguns candidatos estão recebendo a nível nacional. Cid Gomes tem o apoio restrito e incondicional do presidente Lula e de Dilma, a mais provável postulante que seja eleita presidente do Brasil, já em 03 de outubro. Lúcio Alcântara também tem o apoio dos dois políticos petistas, mas é um pouco mais discreto. Marcos Cals não mostra o presidenciável tucano José Serra. Apenas o senador Tasso Jereissati (PSDB), como político de expressão nacional, aparece pedindo votos. É um nome que ainda possui uma base sólida no Interior do Ceará. Não é à toa que será reeleito senador do País, à revelia dos que hoje comandam a República Encatada dos Trópicos. Marina Silva (PV) também já apareceu na propaganda do candidato Marcelo Silva. E Plínio de Arruda Sampaio fez o mesmo gravando participação no programa de Soraya Tupinambá (PSOL).

A PROPÓSITO...

Em relação aos candidatos das eleições proporcionais (deputados estaduais e federais), poucos os postulantes tem debatido propostas que solucionem os problemas de algumas cidades de nosso Ceará. Na TV e no rádio, o tempo é muito reduzido. Só dar para dizerem uma pequena mensagem e muitos não dizem absolutamente nada.
Dos atuais 46 deputados estaduais, a previsão é de que 18 não estarão mais na Assembleia Legislativa a partir de 01 de janeiro de 2011. Alguns serão eleitos para a Câmara Federal, como é o caso de Artur Bruno (PT), Edson Silva (PSB) e João Ananias (PCdoB). E outros não se reelegerão pelo simples fato de que nada produziram na atual legislatura. Das seis cadeiras que o PMDB possui hoje (Carlomano Marques, Lívia Arruda, Lucílvio Girão, Domingos Filho, Neto Nunes e Manoel de Castro), apenas Carlomano Marques tem eleição garantida. Lívia Arruda não é candidata a nenhum cargo. A sua mãe Inês Arruda, ex-prefeita de Caucaia, é que tenta novamente voltar à Casa. E será uma das eleitas do PMDB. Domingos Filho também não disputa o posto de deputado estadual porque é candidato a vice-governador de Cid Gomes. O Blog também aposta na reeleição do médico Lucílvio Girão Sales devido a sua base que é diluída em toda Região Metropolitana de Fortaleza. Correm por fora, Neto Nunes e Manoel de Castro, que é suplente no exercício do mandato. Danniel Oliveira deverá também ser eleito. Sem falar nos vários candidatos desse partido que serão bem votados. A briga esquenta no PMDB. Quem tiver voto o suficiente para se eleger dentro da coligação PT, PMDB, PSB e PRB consegue chegar lá.

Voltaremos ao assunto com novas tendências eleitorais.