terça-feira, 6 de julho de 2010

Um pouco do passado para relembrar a política de Icó

Na eleição governamental em que disputaram o cargo máximo do executivo cearense em 1986 aparecia dois nomes fortes. O candidato da situação Tasso Jereissati, então no PMDB e com o apoio do Centro Industrial do Ceará (CIC), e o candidato de oposição e tentando se eleger novamente governador do Estado, coronel Adauto Bezerra, grande líder político da Região do Cariri. Naquela ocasião, dois nomes da política de Icó apoiavam o coronel Adauto Bezerra. Tanto Quilon Peixoto Farias e Oriel Guimarães Nunes trabalharam e deram voto para o atual presidente do BIC. Com esta decisão dos dois ex-prefeitos causou um certo desconforto na coligação encabeçada pelo senador Tasso Jereissati à época.
Na política todos sabem que um dia você é amigo, no outro você está do outro lado. Mas sempre fica os ressentimentos e as mágoas. Foi o que aconteceu durante muito tempo com o município de Icó. Tasso Jereissati, em seus três mandatos como governador, nunca colocou o Icó como prioridade de suas gestões. Mas por quê? Porque o atual senador nunca gostou do jeito de se fazer política dos "políticos" de nossa terra. Leia-se Quilon Peixoto Farias e Oriel Nunes, que por diversas vezes comandaram o poder municipal.
Quem não se lembra da eleição em que o então prefeito Oriel Nunes mandou destruir a antiga praça Marcial Teixeira Pequeno só para o então candidato ao governo do Estado Ciro Ferreira Gomes não realizar o seu comício? A história está aí para registrar este fato político. Oriel, por sua vez, foi taxado em plena praça pública de coronel e de picareta, inclusive recebendo elogios nada agradáveis do ex-deputado federal Moroni Birg Torgan, na época aliado de Tasso e de Ciro.
A realidade é que nunca os Ferreira Gomes e Tasso Jereissati foram simpatizantes dos políticos de nossa terra. Deve ser por isso que Icó sempre é relegado a último plano.
Tasso, Ciro, Cid e outros vieram do chamado governo das mudanças, vieram para modernizar o Ceará. Um grande ciclo empresarial na época foi formado. Jamais iriam se aliar aos coronéis daqui.
Hoje, o deputado estadual Neto Nunes (PMDB) é aliado do governador Cid Gomes na Assembleia Legislativa, mas a mágoa e o ressentimento do passado continuam. Basta vermos o que este parlamentar trouxe de bom para o município de Icó. Na nossa modesta opinião, não trouxe absolutamente nada. Também é notório que o ex-prefeito Quilon Peixoto Farias comanda o PSDB icoense, partido do senador Tasso Jereissati. Mas aqui é que a mágoa é grande mesmo.
O certo é que nenhum dos dois são bem aceitos no ninho cidista e muito menos no ninho tassista. Mas como um dia o ex-prefeito e ex-deputado José Walfrido Monteiro (in memorian) afirmou "Para ser político tem que engolir sapo". E é isso que Neto e Quilon estão fazendo há um bom tempo. Afinal de contas, a "política é mesmo dinâmica".